Folha de S. Paulo


Festival no MIS reúne bandas formadas por refugiados em SP; conheça

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No Brasil há um ano, o congolês Dei Justino, 43, conta que a vida de refugiado começou a engrenar depois que conseguiu emprego em uma marcenaria.

O haitiano Louides Charles, 37, trabalha como pedreiro. Veio para o Brasil com a mulher, as filhas ficaram. "Agora estou vendo como trazer elas."

"Não conheço meu filho, nem ele me conhece", diz por sua vez o togolês, Sassou Espoir, 29, dançarino que lembra de conhecer capoeira e samba antes de chegar por aqui.

Mais do que a tentativa de uma nova vida no Brasil, a música e a dança unem refugiados que vivem em São Paulo - no caso de Charles e Sassou, também o teto, já que vivem em ocupações de moradia popular na região central. A arte foi a forma que encontraram de integrar-se ao país e amenizar a falta que sentem da terra natal.

Nos últimos quatro anos e meio, o número de refugiados no Brasil quase dobrou, passando de 4.218 em 2011 para 8.400 até agosto de 2015, segundo dados divulgados pelo Ministério da Justiça.

"Me sinto no Haiti quando estou tocando. Sinto que estou lá de verdade", afirma Charles, tecladista da banda Sattelite Musique, que em dezembro participou do 1º Festival de Refugiados, no Largo da Batata, em São Paulo. Na próxima segunda-feira (25), aniversário da cidade, o MIS recebe a 2ª edição do evento.

A apresentação das bandas integra a programação do São Paulo Sem Fronteiras. Composta por artistas refugiados de diversos países árabes, Congo, Haiti e Senegal, a agenda tem ainda, das 12h às 20h e com entrada gratuita, exposição, feira de artesanato, oficinas, exibição de filmes, música e gastronomia.

O evento é sendo organizado em parceria do MIS e Conexão Cultural com os coletivos Grist (Grupo de Refugiados e Imigrantes Sem Teto); BibliASPA (Biblioteca e Centro de Pesquisa América do Sul-Países Árabes); MSTC (Movimento dos Sem Tetos do Centro de São Paulo) e Associação Raso da Catarina.


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