Moradores de 42 dos 96 bairros da capital devem redobrar a atenção no combate ao mosquito Aedes aegypti, que transmite os vírus da dengue, da chikungunya e da zika. Esses distritos têm risco alto ou altíssimo de registrar epidemia de dengue neste ano, segundo um mapa elaborado pela Secretaria da Saúde para auxiliar no combate ao mosquito.
O mapa começou a ser elaborado em 2012 com base em três fatores que podem contribuir para a infestação do mosquito e a transmissão do vírus: a quantidade de moradores da região (quanto mais pessoas em um bairro, mais possibilidade de transmissão), a temperatura ambiente (quanto mais quente, mais rápido o mosquito se reproduz) e a quantidade de pontos de depósito irregular de lixo e entulho (que podem servir como criadouro do mosquito).
A combinação desses três fatores colocaram os bairros da cidade em uma das cinco classes de risco para a dengue: baixíssimo, baixo, médio, alto e altíssimo.
Pelo mapa, as zonas leste e central têm mais concentração de áreas laranjas ou vermelhas –que indicam risco alto e altíssimo, respectivamente.
Outro ponto muito perigoso é a área mais central da zona norte, onde ficam distritos como Cachoeirinha e Freguesia do Ó.
A zona sul tem pontos críticos concentrados em nove bairros, mas uma grande região mais ao extremo sul, menos habitada, tem risco baixíssimo de epidemia. A zona oeste tem três distritos com risco mais alto.
| Editoria de arte/Folhapress | ||
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PREVENÇÃO
A prefeitura prevê para este ano a pior epidemia de dengue da história, com até 250 mil contaminados (no pior cenário previsto).
Segundo o coordenador do Programa Municipal de Combate à Dengue, Alessandro Giangola, o mapa é usado para priorizar o controle do mosquito de porta em porta.
Giangola diz que a orientação para todos os paulistanos é eliminar os criadouros do mosquito transmissor, independentemente do local onde vivem.
lixo na porta
O funileiro Arllen Hidalgo, 38, convive com o lixo e o entulho que é depositado irregularmente em frente à sua casa, na praça Senábria, na Cidade Líder (zona leste). No local, uma placa da prefeitura informa os moradores que é proibido jogar lixo ali. Mas, segundo ele, não é suficiente. "Não sei como ninguém pegou dengue aqui no bairro".
A reportagem esteve no local nesta quinta (14) à tarde e verificou que, além do lixo e entulho, dois pneus com água acumulada estavam no local.
O depósito irregular de lixo foi um dos fatores usados pela Secretaria Municipal de Saúde para elaborar o mapa de risco da dengue.
O motorista Mário de Oliveira, 56, também enfrenta o problema na rua Mucurepe, na Cidade Líder, onde mora. Parte da calçada e um terreno baldio localizados em frente ao número 44 da rua são usados como descarte de entulho. "Infelizmente, são os próprios moradores da região que jogam o lixo lá. É um perigo para todos nós", afirmou.
PREFEITURA
A Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana) afirmou, por meio de nota, que a chuva atrasou a limpeza da rua Mucurepe e da praça Senábria, mas diz que o serviço será finalizado nesta sexta (15).
A Subprefeitura de Itaquera disse que monitora os dois endereços, que são utilizados para despejo irregular de lixo e entulho, mas que são varridos semanalmente. A próxima limpeza será na quarta-feira (20).
A subprefeitura ressalta que o descarte irregular de lixo e entulho é crime ambiental passível de multa de R$ 16 mil. Denúncias podem ser feitas pelo 156. O correto é levar os materiais até um ecoponto. O mais próximo dos endereços citados fica na rua Manuel Alves da Rocha, 584.
A Secretaria Municipal da Saúde disse que vai apurar a situação dos endereços citados pela reportagem.