Folha de S. Paulo


Bagunça na estação Brás fez a alegria dos comerciantes

Guilherme Brendler/Folhapress
Superlotação na estação Brás metro cptm
Superlotação na entrada estação Brás, acesso ao Metro e CPTM nesta terã (22)

"Inferno, não, moça. Inferno é muito pior que isso", disse um orientador da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) a uma jovem que bradava enquanto era conduzida pela multidão até a catraca do embarque na estação do Brás, no centro.

Tradicional ponto de comércio, a região recebeu nesta terça (22) mais gente do que o normal, segundo frequentadores. Com a estação da Luz da CPTM fechada por causa do incêndio da véspera, muitos usuários embarcaram no Brás –onde convergem a linha 3-vermelha do metrô e outras três linhas de trem.

Alguns aproveitaram para fazer compras. Teresa Alves, 52, levou shorts para as sobrinhas e um carrinho para o neto. "Como tive que vir pra cá, aproveitei", conta ela.

Nabil, 29, vendedor ambulante marroquino, disse que na tarde de segunda (21), quando a estação da Luz pegou fogo, o movimento foi ainda maior. "Mas a PM correu atrás de todo mundo, muita gente perdeu mercadoria."

Por volta das 17h30, Gilmar Góis, 44, vendedor de bilhete do trem, fazia festa. "Hoje foi bom demais. Vendi bastante. Eu e meio mundo de gente que já foi embora porque ganhou o dia", afirmou.

Questionado por que ainda não havia ido embora, já que havia faturado alto, avisou: "Estou esperando a muvuca passar".


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