Folha de S. Paulo


PM do Rio diz que houve 'troca de tiros maluca' na noite da morte de 5 jovens

Um dos policiais acusados de matar cinco jovens em Costa Barros, zona norte do Rio, disse que houve uma "troca de tiros maluca" na hora em que o veículo das vítimas foi atingido.

A afirmação foi gravada por deputados da CPI da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) que investiga as mortes em confrontos com a polícia e veiculada no RJTV, da Rede Globo.

"Eu fui o primeiro a dar disparo na Palio [onde estavam os jovens]. Quando eu dei o primeiro disparo, aí começou a vir tiro de frente, tiro de trás, tiro da passarela... Começou uma troca de tiros maluca, todo mundo dando tiro em todo mundo", afirmou o agente.

Bruna Fantti/Folhapress
Carro em que estavam cinco jovens mortos em Costa Barros, zona norte do Rio, na noite de sábado (28). Quatro PMs foram presos
Carro em que estavam os cinco jovens fuzilados em Costa Barros, na zona norte do Rio

Os quatro policiais estão presos no Batalhão Especial Prisional, em Niterói. As gravações foram feitas na última sexta-feira (4). Três deles são acusados de homicídio e um de fraude processual, por tentar adulterar a cena do crime, que ocorreu na madrugada de domingo (29).

Roberto de Souza Penha, 16, Carlos Eduardo da Silva de Souza, 16, Cleiton Correa de Souza, 18, Wilton Esteves Domingos Junior, 20, e Wesley Castro Rodrigues, 25, foram atingidos quando voltavam do Parque Madureira, também na zona norte.

Na manhã deste sábado (5), familiares e amigos das vítimas promoveram uma manifestação no parque, em protesto contra a violência policial.

PROPINA

Neste sábado (5), dois policiais foram presos após a veiculação nas redes sociais de um vídeo que mostra pedido de propina para um motociclista que estava sem documentos.

Os policiais são do 41º Batalhão, o mesmo onde estavam lotados os agentes presos pela morte dos jovens em Costa Barros. É o batalhão onde está registrado o maior número de mortes em confronto com a polícia no estado.

No vídeo, um dos agentes pede R$ 50 para o motociclista, mas acabam aceitando menos para liberá-lo.

"A Corregedoria Interna está apurando de forma rigorosa o caso e instaurou um Inquérito Policial Militar", diz a Polícia Militar, em nota oficial. Os dois podem ser expulsos da corporação.


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