Mais quatro corpos de pessoas vítimas do rompimento de uma barragem em Mariana (a 124 km de Belo Horizonte), há exato um mês, foram identificados, informou neste sábado (5) a Polícia Civil de Minas Gerais.
Segundo a corporação, os corpos são de dois funcionários que prestavam serviço para a Samarco –mineradora controlada pela Vale do Rio Doce e pela anglo-australiana BHP Billiton– e de duas moradoras do distrito de Bento Rodrigues.
Claudemir Elias dos Santos, 41, era funcionário da Integral Engenharia Ltda, enquanto Pedro Paulino Lopes, 56, trabalhava na Manserv Montagem e Manutenção S.A, empresas terceirizadas pela mineradora. Maria Elisa Lucas, 60, e Maria das Graças Celestino Silva, 65, completam a lista de pessoas que morreram após serem soterradas pela lama da barragem.
Com isso, todos os 15 mortos encontrados pelo Corpo de Bombeiros foram identificados. Segundo a polícia, os pedaços dos corpos estavam em estado avançado de decomposição, o que atrapalhou o trabalho de limpeza e de identificação. Ainda há quatro pessoas desaparecidas.
Familiares dizem já não nutrir esperanças de encontrar os desaparecidos vivos e aguardam que seus corpos sejam localizados.
Neste sábado (5), completa-se um mês da catástrofe em Mariana, cuja lama devastou vilarejos e se espalhou pelo rio Doce até chegar ao mar, no Espírito Santo. O desastre ambiental foi classificado como o pior do país pelo governo federal.
A mineradora Samarco há um mês pediu mais prazo à Justiça para entregar planos de contingência de outras duas estruturas da empresa na cidade, que apresentam riscos de rompimento, as barragens de Germano e de Santarém.
A exigência do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) era que a empresa entregasse os planos de emergência para o caso de rompimento dessas barragens até a sexta-feira (4). A Samarco, empresa controlada pela brasileira Vale e a australiana BHP Biliton, deve pagar R$ 1 milhão por cada dia de atraso na apresentação do documento.
De acordo com os estudos técnicos feitos por determinação do MPMG e apresentados na ação, as estruturas remanescentes na Mina do Germano não apresentam segurança satisfatória. A determinação da Justiça é que a Samarco faça um plano de emergência que preveja as consequências de um possível rompimento, além de listar as ações concretas a serem adotadas pela empresa caso um novo desastre aconteça.
Também foi exigido que a Samarco inicie obras de contenção dessas estruturas.
MORTOS JÁ IDENTIFICADOS
> Edinaldo Oliveira de Assis (Integral Engenharia LTDA)
> Daniel Altamiro de Carvalho (Integral Engenharia LTDA)
> Mateus Marcio Fernandes (Manserv Montagem e Manutenção SA)
> Samuel Viana Albino (Geocontrole BR Sondagens SA)
> Marcos Aurélio Pereira Moura (Produquimica)
> Marcos Roberto Xavier (Vix Logística)
> Valdemir Aparecido Leandro (Geocontrole BR Sondagens SA)
> Sileno Narkievicius de Lima (Integral Engenharia LTDA)
> Thiago Damasceno Santos (7 anos)
> Emanuelly Vitória Fernandes (5 anos)
> Claudio Fiuza da Silva (funcionário, que teve uma parada cardíaca)
> Claudemir Elias dos Santos (Integral Engenharia LTDA)
> Pedro Paulino Lopes (Manserv Montagem e Manutenção SA)
> Maria Elisa Lucas (moradora de Bento Rodrigues)
> Maria das Graças Celestino da Silva (moradora de Bento Rodrigues)
DESAPARECIDOS
Trabalhadores da Samarco
> Ailton Martins dos Santos (Integral Engenharia LTDA)
> Vando Maurílio dos Santos (Integral Engenharia LTDA)
> Edmirson José Pessoa (Samarco)
Moradores
> Antonio Prisco de Souza (65 anos)