Folha de S. Paulo


Assessor da Prefeitura de Campinas é detido sob suspeita de integrar PCC

Uma operação do Ministério Público de Campinas, no interior de São Paulo, prendeu na manhã desta terça-feira (1º) ao menos dez pessoas suspeitas de integrarem a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

O objetivo da Promotoria é investigar se o grupo tem financiado políticos da região. Essa possibilidade surgiu durante uma investigação sobre o PCC. Em abril, outras prisões foram feitas. Ainda não foram divulgados nomes de envolvidos.

Entre os detidos pela Polícia Militar está um assessor especial da Prefeitura de Campinas. O Ministério Público, porém, informou que não há envolvimento do prefeito Jonas Donizette (PSB) no caso.

O assessor da secretaria de Relações Institucionais Alexandre Corá Francisco, conhecido como Xandão, foi detido em casa, na periferia da cidade, por volta das 8h. A Promotoria investiga se ele tem vínculo com a facção.

De lá, ele saiu acompanhado de promotores e de policiais direto para a Prefeitura de Campinas, no centro da cidade, onde foram feitas buscas. Computadores usados pelo assessor e documentos foram apreendidos.

Ao todo, foram expedidos 12 mandados de prisão e 24 mandados de busca e apreensão em Campinas, Americana, Hortolândia e Sumaré, e também em Ubatuba, no litoral norte, e Presidente Epitácio, no oeste do Estado.

Oito dos suspeitos foram presos em Campinas. Os outros dois foram detidos em Ubatuba e em Presidente Epitácio. Entre eles, estão duas mulheres.

A maioria dos detidos foi encaminhada para o 1º Distrito Policial, no centro de Campinas. Também foram apreendidas drogas, telefones celulares, computadores e dinheiro.

A Prefeitura de Campinas informou, por meio de sua assessoria, que Xandão será exonerado do cargo. O decreto será publicado na edição desta quarta (2) no "Diário Oficial" do município.

O assessor trabalhava na prefeitura desde janeiro de 2013. Ele ficava numa sala do quarto andar, onde também está o gabinete do prefeito. Seu salário era de cerca de R$ 6.000, e sua função era levar as demandas da sociedade aos gestores públicos.

Nenhum representante ou advogado do assessor foi encontrado para comentar o caso.


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