Folha de S. Paulo


Estados farão registro de grávidas com sintomas do zika vírus

A secretaria estadual de Saúde do Rio de Janeiro tornou obrigatório que profissionais de saúde tanto da rede pública quanto particular notifiquem, em até 24 horas após o atendimento, todos os casos de gestantes com manchas na pele. Esse é um dos sintomas associados ao zika vírus, doença identificada neste ano no país e transmitida pelo mesmo mosquito da dengue.

A medida ocorre diante das investigações, no Nordeste, de uma possível relação entre infecções de gestantes pelo vírus e o aumento de casos de recém-nascidos com microcefalia, má formação do crânio que pode comprometer o desenvolvimento cognitivo e motor da criança.

A Folha apurou que o Estado de Pernambuco também prepara um protocolo semelhante para notificações de sintomas da doença.

Eduardo Anizelli/Folhapress
Dona de casa Girlândia Silva com sua filha Emilly (2 meses), que nasceu com microcefalia
Dona de casa Girlândia Silva com sua filha Emilly (2 meses), que nasceu com microcefalia

A notificação poderá ser feita por telefone, e-mail e formulário on-line, no site www.riocomsaude.com.br/exantema. Segundo o subsecretário de vigilância em saúde, Alexandre Chieppe, a ideia é realizar exames que possam confirmar a infecção por zika, de forma a ter um mapa epidemiológico da doença.

Identificada no Brasil em junho, a zika já tem circulação registrada em 14 Estados, incluindo o Rio de Janeiro e São Paulo. Frequentemente, a doença é confundida com a dengue. O tempo de duração dos sintomas da zika, mais brandos, é menor -menos de cinco dias.

Ainda segundo Chieppe, a medida permite analisar uma eventual relação entre a doença e um possível nascimento de bebês com microcefalia. Até o momento, porém, não há registro de aumento no número de bebês com o diagnóstico no Estado. Em média, o Rio de Janeiro registra 15 a 20 casos de microcefalia por ano.

Em três meses, o país já soma 399 casos de bebês com microcefalia. A situação fez com que o governo decretasse emergência nacional em saúde pública, como forma de aumentar a vigilância e organizar a rede de atendimento.

Infográfico: Entenda a microcefalia


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