Folha de S. Paulo


7 dias após tragédia de Mariana, Dilma sobrevoa áreas afetadas; Aécio critica

Google/Reprodução e Ricardo Moraes - 10.nov.2015/Reuters
Visão geral do município de Bento Rodrigues antes e após o rompimento da barragem
Visão geral do município de Bento Rodrigues antes e após o rompimento da barragem
Visão geral do município de Bento Rodrigues antes e após o rompimento da barragem
Visão geral do município de Bento Rodrigues antes e após o rompimento da barragem

Sete dias depois da tragédia de Mariana (MG), quando um "mar de lama" destruiu um vilarejo, causou a morte de pelo menos seis pessoas e o desaparecimento de outras 19, a presidente Dilma Rousseff sobrevoa a região mineira e cidades do Espírito Santo nesta quinta-feira (12).

A visita ocorre um dia depois de o Ibama ter anunciado uma multa à mineradora Samarco. Nesta quarta (11) também, os executivos da Vale e da BHP –donos da empresa responsável pelas minas foco da tragédia– falaram publicamente pela primeira vez.

Na quinta (5) da semana passada, duas barragens se romperam em Bento Rodrigues e destruíram o subdistrito de Mariana. O mar de lama que saiu do local desembocou em rios e já afeta outras cidades mineiras e até do Espírito Santo. Oficialmente, 19 pessoas estão desaparecidas com a tragédia e foram achados oito corpos –seis deles já identificados.

Representantes do governo Dilma até visitaram a região após a tragédia. Foram os ministros Gilberto Occhi (Integração Nacional) e Nilma Lino Gomes (Direitos Humanos), mas nenhuma medida foi anunciada depois disso.

Nesta quarta (11), o governo federal declarou estado de emergência na região. A data coincidiu com a primeira aparição pública dos presidentes da Vale, Murilo Fereira, e da BHP, Andrew Mackenzie, que anunciaram a criação de um fundo de assistência às vítimas e ao meio ambiente.

No mesmo dia, o Ibama informou que multará a Samarco em até R$ 100 milhões por lançamento de rejeitos nos rios e perda da biodiversidade. O prefeito de Mariana, Duarte Júnior (PPS), estima que precisa no mínimo desse valor para recuperar a cidade. Ao menos 600 pessoas ficaram desalojadas e estão em hotéis da região.

AÉCIO

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) criticou a decisão da presidente Dilma Rousseff de fazer um sobrevoo sobre a área atingida pelo "mar de lama" em Mariana (MG), sete dias após a tragédia. O tucano afirmou que é "lamentável que a presidente não tenha sequer descido na cidade para ouvir os moradores e conhecer de perto a situação".

"Triste ver a pouca solidariedade que a presidente demonstrou em relação às vítimas da tragédia que ocorreu em Mariana", disse Aécio, que governou o Estado de 2003 a 2010. "Ao decidir ir a Minas somente uma semana depois do desastre e depois das muitas críticas à sua postura de indiferença, a presidente deixa uma marca pessoal que não será esquecida pelos mineiros", concluiu.

Dilma sobrevoou o local da tragédia nesta quinta-feira (12), um dia depois de o Ibama ter anunciado uma multa à mineradora Samarco, responsável pelas duas barragens que se romperam há uma semana, destruindo o distrito de Bento Rodrigues.

ESPÍRITO SANTO

Nesta quinta (12), o governo do Espírito Santo pediu a ajuda do Exército e do Ministério da Integração para enfrentar os problemas provocados pela onda de lama e rejeitos de mineração que se desloca pelo rio Doce e deve atingir no próximo sábado (14) os municípios de Baixo Guandu, Colatina e Linhares.

As três cidades capixabas têm, juntas, cerca de 280 mil habitantes e a maior parte dessa população deve ter o abastecimento de água suspenso por conta da alta concentração de lama no rio Doce. O pedido foi feito um dia antes da visita agendada pela presidente Dilma, que deve percorrer hoje as regiões afetadas.

O secretário de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano, João Coser, informou que o pedido foi feito pessoalmente pelo governador Paulo Hartung (PMDB), em conversa com o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi.

Clique e veja galeria do desastre causado pelo 'tsunami de lama' em MG e ES

Veja galeria especial sobre a tragédia em Mariana (MG)


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