Folha de S. Paulo


Cidade de São Paulo tem queda de 20% em mortes no trânsito em 2015

A cidade de São Paulo teve queda de 20,3% no número de mortes no trânsito registrado entre janeiro e agosto deste ano, na comparação com o mesmo período de 2014.

Foram 686 mortes nos oito meses de 2015, enquanto em 2014 houve 861 mortes em igual período.

Os números foram divulgados pelo prefeito Fernando Haddad (PT) e por seu secretário de Transportes, Jilmar Tatto, no fim da tarde desta quarta-feira (4), na sede da Prefeitura.

A análise dos dados mostra que está mantida a tendência apresentada no primeiro semestre de 2015, em que houve 19% de queda nas mortes em acidentes de trânsito –a maior redução da cidade para um semestre em ao menos uma década.

Os números mais recentes já capturam o impacto da redução dos limites de velocidade em diversas vias paulistanas, como as marginais Tietê e Pinheiros, medida que ganhou maior escala a partir do fim de julho.

"O dado mais relevante é que, em agosto de 2015, na comparação com agosto de 2014, houve uma redução muito significativa no número de mortes no trânsito de São Paulo. Caiu de 112 para 80. Trinta e duas vidas salvas, uma redução de 28%", afirmou Haddad após a apresentação.

Houve redução no número de mortes em todos os tipos de usuários: pedestres, motociclistas, motoristas e passageiros e ciclistas. A gestão Haddad defende que a melhora é reflexo de suas iniciativas, como a redução de limites de velocidade, a implantação de faixas de ônibus e de ciclofaixas.

Os resultados da cidade, no entanto, são similares aos registrados nas estradas do Estado nos primeiros oito meses deste ano. As mortes em acidentes de trânsito caíram 21% nas principais rodovias de São Paulo nesse período -a maior diminuição em mais de uma década e meia.

Tal cenário leva especialistas a avaliar que a redução está relacionada à desaceleração da economia no país, que tira veículos de circulação. Com a crise, o número de entregas diminui, desempregados passam a não usar o veículo e quem quer economizar deixa o carro em casa.

Em resposta à Folha, Haddad questiona a tese da crise: "A recessão econômica já tem dois anos no município. Por que a redução dos indicadores de trânsito, tanto de tráfego quanto de vítimas, só aconteceria agora?".


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