Folha de S. Paulo


Discussão sobre bloqueio da Paulista deve parar na Justiça, segundo Haddad

A discussão com o Ministério Público sobre o fechamento da avenida Paulista aos domingos deve ir parar na Justiça, na avaliação do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. "Isso vai acabar sendo judicializado, como as ciclovias", afirmou o petista durante sabatina realizada pela rádio CBN, neste sábado (24).

O Ministério Público decidiu multar a prefeitura em R$ 50 mil em razão de a avenida ter sido bloqueada para os carros no último dia 18. Para a Promotoria, a gestão descumpriu um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) de 2007 que estabelecia o fechamento três vezes ao ano.

"A multa é questionável. O que foi assinado em 2007 foi referente a eventos privados. Estamos falando de uma política pública", declarou Haddad. "Todos os hospitais, clubes sociais, tudo foi visto do ponto de vista logístico. Temos o apoio de grande maioria. Funcionou muito bem durante as experiências e vamos manter essa política."

Questionado no evento sobre o quanto a prefeitura gasta na operação, o prefeito disse não soube responder. "Eu mesmo não sei, deve ser baixo". Em outro momento da sabatina, Haddad afirmou que "deve ser uns trocados".

Avener Prado/Folhapress
O prefeito Fernando Haddad (PT) durante a inauguração da ciclovia da avenida Paulista
O prefeito Fernando Haddad (PT) durante a inauguração da ciclovia da avenida Paulista

PLEBISCITO

Em meio à sabatina, o prefeito foi perguntado se teria sido possível organizar um plebiscito a respeito do fechamento da via. Haddad respondeu que considera a ideia interessante, porém, na avaliação dele, a consulta à população deveria ser efetuada durante as eleições.

O mesmo questionamento havia sido feito acerca da desativação do elevado Costa e Silva, o Minhocão, medida prevista no último Plano Diretor.

Para Haddad, seria um erro derrubar a estrutura neste momento. "Esse debate não está maduro", declarou. "Na minha opinião, ou vamos utilizar para transporte público ou vamos ter de imaginar uma ocupação diferenciada. Estamos revitalizando a área, que não é nem sombra do que era no passado. Você não tinha nada ali. Hoje, há mais de 15 empreendimentos imobiliários."

CRÍTICAS

Em diferentes momentos do evento, Haddad criticou obras do governo do Estado, sem citar nominalmente o tucano Geraldo Alckmin ou o antecessor dele, José Serra. Entre elas, o alargamento da marginal Tietê e a construção de linhas do monotrilho, cuja eficácia, segundo ele, "é questionável. "Discutimos pouco as obras que consomem muito recurso."

Na sabatina, o prefeito foi interrompido diversas vezes pelo público, que o questiono, ainda, sobre saúde, linhas de ônibus e a construção de prédios na área conhecida como parque dos Búfalos, no Jardim Apurá, zona sul.


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