Folha de S. Paulo


Em cinco anos, 854 armas de empresas de segurança privada somem no RJ

Em cinco anos, 854 armas foram roubadas, extraviadas ou furtadas de empresas de segurança privada que atuam no Estado do Rio de Janeiro.

O total de 5.952 munições tiveram o mesmo destino.

Os dados, referentes aos anos de 2011 a 2015, foram fornecidos pela Polícia Federal à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Armas, que corre na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio).

Presidida pelo deputado Carlos Minc (PT), a CPI investiga o desvio de armas das forças de segurança.

Apenas até agosto de 2015 foram contabilizados o desaparecimento de 252 armas e 2.747 munições.

ARMAS DA POLÍCIA

Relatório entregue à CPI pelo corregedor da Polícia Militar, Victor Yunes, na última quinta mostra que que 457 armas foram extraviadas (desapareceram) na corporação desde 1993.

O relatório informou também que 8 mil munições sumiram. Cerca de 2,5 mil delas podem ter sido roubadas em setembro deste ano da Companhia Independente da Polícia de Militar, responsável pela guarda do Palácio Guanabara, sede do governo do Estado.

O governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB), refutou parte das informações nesta sexta-feira (23).

"É um número equivocado. Não foi dado baixo numa série de confrontos. Por exemplo, esta semana, na quarta-feira, um policial que saía daqui sofreu um ataque. Ele atirou nos bandidos e não foi dado baixa nessas balas", afirmou.

Pezão citou também balas usadas em treinamentos.

"Quem assume a responsabilidade de colocar um assunto desses em pauta devia primeiro ouvir as autoridades, senão cria um clima que parece que armas e balas saem daqui pelo portão do Palácio. Não é isso", acrescentou o governador.

Segundo a PM, todas as suspeitas de extravio ganharam inquéritos. Em alguns casos, foi concluído que houve erro de controle interno.

Ainda de acordo com a corporação, em 2012, a corregedoria da PM instaurou inquérito para verificar se um policial pode ter envolvimento em mais de um caso de extravio.

Segundo Yunes, cerca de 50 pessoas foram investigadas nesses inquéritos e "alguns" policiais foram punidos.


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