O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), convidou os promotores do Ministério Público a visitarem a avenida Paulista neste domingo (18), quando a via será fechada aos carros e aberta a pedestres e ciclistas .
Haddad e a Promotoria entraram em atrito após promotores tentarem barrar o fechamento da via aos domingos, ameaçando multar a prefeitura em R$ 30 mil e entrar na Justiça conta a ação.
O Ministério Público diz que Haddad está descumprindo um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), de 2007, que limita a três as vezes em que a Paulista pode ser fechada por ano. A avenida –uma das mais movimentadas da cidade– já foi fechada três vezes neste ano: na Parada Gay (em junho), na inauguração da ciclovia da Paulista (também em junho) e no segundo teste da avenida fechada para os carros (em agosto).
Também pede mais audiências públicas –uma já foi realizada no Masp– e ao menos mais quatro meses de análises de impacto no trânsito da região.
A prefeitura rebate, dizendo que o TAC se refere a grandes eventos. Alega, também, que a abertura da Paulista aos carros é uma política pública que cria uma área de lazer na cidade, nos fins de semana.
Para a gestão petista, o TAC perdeu validade em 2012, depois que a Política Nacional de Mobilidade Urbana foi aprovada. "De acordo com o plano, cabe ao município a última palavra", disse Haddad.
Nesta quinta (16), o imbróglio teve troca de farpas. Em ofício, o Ministério Público pediu que o prefeito se "atente" para o TAC e ameaçou multar a gestão em R$ 30 mil.
Em resposta, a prefeitura convidou os promotores a visitarem a Paulista no domingo "para que possam conferir pessoalmente a execução dessa importante política pública, e realizar, caso desejem, sua própria análise técnica, para então formar opinião favorável ou contrária".
Também afirmou que vai monitorar o impacto no trânsito da região durante os próximos meses.
TRÂNSITO E DESVIOS
Neste domingo, o trânsito de carros da Paulista estará bloqueado das 9h às 17h –será possível cruzá-la pela avenida Brigadeiro Luís Antônio.
Uma faixa de serviço exclusiva na Paulista –com limite de 10 km/h– poderá ser usada para a entrada em hospitais, clubes e prédios residenciais, além do comércio.
Agentes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) vão monitorar o trânsito na região.
Ônibus que passam pela avenida serão desviadas para a alameda Santos e a rua São Carlos do Pinhal.
"Nós já fizemos duas experiências muito exitosas, não tem nenhum impacto na região", disse o petista.
Uma pesquisa feita pelo Ibope no final de setembro apontou que dois terços dos paulistanos aprovam usar a Paulista como espaço fixo de lazer aos domingos.