Folha de S. Paulo


Após quase 24 horas, termina rebelião de detentos em presídio de Londrina

Roberto Custodio/AGP - 6.out/2015/Folhapress
Presos fazem rebelião com reféns em penitenciária de Londrina, no Paraná, desde terça (6)

Após quase 24 horas, terminou na manhã desta quarta-feira (7) a rebelião de detentos da Penitenciária Estadual de Londrina, no interior do Paraná, que manteve presos reféns.

Durante o motim, presos foram agredidos por outros companheiros com chutes, socos e foram ameaçados com facas. Três deles estão internados no Hospital Universitário de Londrina. Segundo o Depen (Departamento de Execução Penal do Paraná), dois se jogaram do muro com medo de serem mortos pelos rebelados.

O hospital informa que eles sofreram fraturas na coluna lombar e "estão calmos e conscientes". Não há informação sobre a circunstância dos ferimentos do terceiro, que está em estado grave. O homem está sedado, respira por aparelhos e teve um traumatismo craniano.

Segundo o Depen , o motim terminou às 10h30 –na terça (6), havia começado às 11h15. Já nas primeiras horas da manhã, alguns presos começaram a descer do telhado, o que facilitou as negociações.

O governo não informou ainda o número exato de reféns nem quais foram as exigências dos detentos.

Durante o motim, três presos conseguiram fugir e apenas um deles foi capturado

Local da rebelião, a unidade 2 da penitenciária tem capacidade para cerca de 1.100 presos, distribuídos em 30 galerias. O Depen informou que o número de detidos está um "pouco acima da capacidade" do local, mas não falou em números.

Enquanto ocorria a rebelião, não havia nenhum agente penitenciário ou policial dentro da unidade. O batalhão de choque da PM mantém a área cercada.

Na terça (6), o diretor do Depen, Luiz Alberto Cartaxo Moura, e o juiz da Vara de Execuções Penais, Katsujo Nakadomari, tentaram negociar com os presos.

À tarde, o Depen fará um levantamento dos estragos causados na estrutura da penitenciária.

REBELIÕES NO ESTADO

Em 2014, ocorreram mais de 20 rebeliões no Paraná. Na mais grave delas, na cidade de Cascavel, no oeste do Estado, em agosto, cinco presos foram mortos, dois deles decapitados.

Em outubro passado, na cidade de Maringá, no norte do Estado, uma rebelião durou 17 horas. No mesmo município, em dezembro de 2014, outra rebelião durou 48 horas e acabou com três feridos.


Endereço da página:

Links no texto: