O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), negou que a mudança de curso de uma ciclovia em Santo Amaro, zona sul, tenha ocorrido para favorecer a família do secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto.
"A CET [Companhia de Engenharia de Tráfego] é que toma esse tipo de decisão. Jamais uma decisão como essa seria de natureza política", disse o prefeito em Santana, zona norte, durante o evento Prefeitura no Bairro.
Conforme a Folha mostrou nesta sexta, a prefeitura abandonou o projeto de uma ciclovia em linha reta e implantou, duas quadras abaixo, uma faixa exclusiva para bicicletas repleta de desvios e remendos.
Assim, a ciclovia não passa mais na porta de pelo menos cinco imóveis da família do secretário de Transportes, que acumula o cargo de presidente da CET, órgão responsável pela implantação das ciclovias.
"Na porta do secretário Tatto, que mora com outras 40, 50 famílias em um prédio grande, na Vila Mariana, passa uma ciclovia. Não entendi a insinuação que foi feita", completou Haddad.
| Editoria de Arte/Folhapress | ||
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SECRETÁRIO
Em entrevista ao jornal "O Estado de S.Paulo", Tatto afirmou que não interfere nos locais por onde as ciclovias passam, porque, segundo ele, é uma decisão técnica da CET. Disse, ainda, que não pretende alterar o trajeto da faixa.
"Eu só coordeno o trabalho. Eles não me perguntam onde pode e onde não pode construir", disse ao jornal. "Eu nunca conversei com meus familiares sobre o assunto."
O secretário afirmou também que não foi consultado sobre a ciclovia que passa em frente sua casa. "Eu sou entusiasta da ciclovia, mas nem todos são. Tem gente que gostaria de estacionar o carro na frente, mas não pode", afirmou. "Eu também não fui consultado pelos técnicos para instalar lá."