Folha de S. Paulo


Cantareira tem primeira alta em três meses após dia mais chuvoso do ano

Com a forte chuva que atingiu São Paulo nesta terça-feira (8), todos os reservatórios de água que abastecem a Grande SP amanheceram ligeiramente mais cheios.

O nível do sistema Cantareira teve o primeiro aumento em 96 dias –o último havia acontecido em 5 de junho. Na terça, o reservatório tinha 11,6% de sua capacidade, contra 11,9% nesta quarta.

Com o temporal, o manancial recebeu 45,8 mm de chuva. No acumulado do mês, choveu 65,5 mm no local, que já está próximo de atingir a média de chuvas de setembro, 86,5 mm. O mês de setembro, no entanto, tem uma média baixa de chuvas, já que é o último mês da temporada seca no Sudeste.

Ou seja, mesmo que a chuva no Cantareira ultrapasse a média para setembro, a crise hídrica não está afastada, pois o reservatório vive dois anos com chuvas abaixo do esperado.

Editoria de Arte/Folhapress

O segundo sistema mais crítico é o Alto Tietê, que passou de 13,1% para 13,8%. As chuvas no manancial no mês, 91,2 mm, superaram a média histórica de 81,8 mm. No entanto, esse valor ainda é baixo para reverter o placar negativo do manancial. Afinal, nos 24 meses anteriores a este setembro, o Alto Tietê teve 18 meses com chuvas abaixo da média.

A elevação mais expressiva aconteceu no sistema Alto Cotia, de 52,3% para 56,6%, que é um dos dois menores reservatórios da Grande São Paulo. O sistema Rio Claro, recebeu 67,6 milímetros de chuva e tem 68,5% de sua capacidade.

O Rio Grande está com 83,9% de sua capacidade, ante 80,2% no dia anterior. No Guarapiranga, o aumento foi de 3,5 pontos percentuais (está com 70,7%). Esses dois últimos reservatórios estão em melhores situações, pois se encontram dentro da mancha urbana de São Paulo e recebem diretamente os efeitos das chuvas sobre a capital paulista.

Não há previsão para chuvas significativas para esta quarta, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), apenas chuviscos isolados. Nesta quinta (10), pancadas rápidas de chuva devem ocorrer entre a tarde e à noite, com menor potencial de alagamentos, segundo o órgão.

A previsão do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) é de que a capital paulista tenha tempo fechado ao menos até o fim da semana.

Segundo especialistas, o melhor tipo de chuva para encher as represas e combater o "efeito esponja" (quando o solo seco absorve a chuva e dificulta a entrada de água na represa) são as moderadas e com muitas horas de duração. O ideal é que chova um pouco todos os dias, e não que chova muito em uma única tarde.

Infográfico: A chuva de setembro

Nível dos reservatórios de água da Grande SP em 09/09


Endereço da página:

Links no texto: