Folha de S. Paulo


'Ele achou que ia morrer', diz pai de estudante baleado na USP

Vinicius Ferreira
Equipe socorre estudante baleado no campus da USP na noite de terça-feira (1º)
Equipe socorre estudante baleado no campus da USP na noite de terça-feira (1º)

O aposentado Alberto Cardoso, 62, comemorava o aniversário do filho Rafael Cardoso quando recebeu a notícia de que seu outro filho, Alexandre, havia sido baleado na USP, na noite desta terça-feira (1º).

"Ele disse que não poderia ir porque tinha uma aula importante na USP ontem", conta. "Ele achou que ia morrer, porque a dor foi terrível."

O estudante de 28 anos levou um tiro durante uma tentativa de assalto, próximo ao prédio da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas). Três suspeitos menores de idade foram apreendidos. Um deles estava com um revólver de calibre 22.

De acordo com a cunhada Sara Andrade, Alexandre deve ficar em observação por cinco dias no HU (Hospital Universitário). Ele passou por uma cirurgia na mesma noite e se recupera bem, de acordo com a universidade. A cunhada informou que a bala passou próximo ao pulmão do estudante.

"Se Deus quiser ele vai se recuperar bem e vai crescer mais ainda", disse o pai. "Podia acontecer comigo, mas não com ele. Filho é filho".

Em nota, a reitoria da universidade afirmou que "lamenta, profundamente, a ocorrência de mais um caso de violência no interior da Cidade Universitária" e que garantir a segurança no campus é uma das metas da atual administração.

Segundo a família, Alexandre, que é formado em direito, atua como advogado em um escritório da cidade e, por anos, deu aulas de literatura em um projeto social em Paraisópolis

A sogra, Cinira Andrade, 56, conta que a filha Ive Andrade, 27 passou mal depois de receber a notícia. Ive e Alexandre moram juntos no Jardim Paulista. "Ele é muito educado, muito tranquilo, uma pessoa super do bem", disse Andrade.


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