Folha de S. Paulo


Promotoria recomenda que prefeitura não feche a av. Paulista no domingo

Adriano Vizoni/Folhapress
Movimentação de ciclistas e pedestres durante fechamento da avenida Paulista no último domingo
Movimentação da avenida Paulista durante fechamento para inauguração da ciclovia, em junho

O Ministério Público de São Paulo encaminhou à prefeitura uma recomendação para que a avenida Paulista, na região central, não seja fechada no próximo domingo (23). O bloqueio da via para carros foi anunciado por conta da inauguração da ciclovia da av. Bernardino de Campos, que ligará a Paulista e a rua Vergueiro.

O prefeito Fernando Haddad (PT) disse nesta semana que o fechamento será um segundo teste antes que seja definido o bloqueio regular da via aos domingos. Na terça (18), ele chegou a fizer que ela "provavelmente" seria fechada todo domingo. Já na quinta (20), ele falou em fechá-la uma vez por mês.

O Ministério Público, no entanto, disse que o município assinou em 2007 um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) limitando a três o número de eventos de duração prolongada e com interrupção da via por ano. Em 2015, já houve o fechamento na Parada Gay e na inauguração da ciclovia da Paulista, e estão previstos para a corrida São Silvestre e Reveillón.

Procurada, a prefeitura disse em nota que vai manter o fechamento do próximo domingo e que "serão levados em conta os resultados dos dois testes e considerações de todos os atores envolvidos" no caso de fechamento permanente. O primeiro teste aconteceu no fechamento de 28 de junho, na inauguração da ciclovia da Paulista.

A Promotoria afirmou que, caso a prefeitura não acate a recomendação e mantenha o fechamento no domingo, "analisará se houve ou não descumprimento do TAC para adotar as medidas cabíveis".

A Associação Paulista Viva, que atua como porta-voz de empresários, comerciantes e moradores da região, disse nesta semana que o fechamento da via para carros provoca queda nas vendas.

"Já estamos sendo procurados por várias entidades. Jornaleiros, taxistas, hotéis, estacionamentos. Todos eles são unânimes: o prejuízo é muito grande", afirma a presidente da associação, Vilma Peramezza. "Nos restaurantes, o movimento cai de 30% a 40%", completa.

Mapa das ciclovias de São Paulo


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