Tijolos de barro, tinta de terra e telhas feitas com caixinhas de leite. Esses foram os materiais usados pela bióloga Jessica Cubas, 26, e o gestor ambiental Felipe Toledo, 26, para erguer a própria casa em um sítio em Sarapuí (150 km a oeste de SP).
Agora, os paulistanos se preparam para construir uma outra casa nos mesmos moldes e no mesmo terreno, com os R$ 22.838 que arrecadaram por meio de um site de financiamento coletivo. No local, como contrapartida, vão implementar um centro para educação ambiental.
A decisão de deixar a cidade para trás veio da vontade de seguir um modo de vida mais sustentável. "Percebemos que esse modelo de consumismo em massa é insustentável", explica Cubas.
Todo o espaço é decorado com objetos feitos por eles mesmos, como as camas e as janelas de bambu.
"Queremos fazer nosso casamento aqui quando terminar a construção. Vamos comemorar a obra e celebrar nossa união", afirma Toledo.
O casal já passa metade do tempo em Sarapuí, mas está ansioso para deixar a capital definitivamente. "É uma transição. Não dá pra sair de uma vez, mas nossa meta é inspirar outras pessoas a fazer o mesmo", diz ele.
Para chegar ao sítio, é necessário percorrer cerca de 10 km de estrada de terra e areia, passando por fazendas de café e de cana. Cubas, porém, diz que o local não é tão distante da capital.
"Eu moro na zona leste e gasto duas horas para chegar na casa dele na zona norte. A gente demora menos até aqui", afirma ela.
Os pais dela resistiram à mudança, mas hoje já se acostumaram com a ideia. "Tinha aquela coisa: 'como vocês vão se sustentar?'. Agora apoiam, porque o importante é investir nosso tempo naquilo que nos satisfaz."