Folha de S. Paulo


Com agravamento da crise, Alckmin pede à população que economize água

Diante do agravamento da crise hídrica, com a ausência de chuvas e o atraso de obras emergenciais, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) fez nesta terça-feira (11) um novo apelo à população para que economize água.

Ao mesmo tempo, porém, Alckmin voltou a descartar a necessidade de rodízio na Grande São Paulo.

O tucano afirmou que o mês de agosto, "de novo", tem sido atípico e apontou como causa da escassez as mudanças climáticas ocorridas "no mundo todo". "Neste mês de agosto estamos enfrentando de novo um mês atípico. A média para o mês [de chuva] é em torno de 40 milímetros, nós estamos com zero e sem nenhuma previsão para os próximos dez dias", completou Alckmin.

"Faço um apelo para a população para continuar esse trabalho [uso racional da água]. O bônus [da Sabesp, para quem economiza água] continua. São pequenos hábitos que vão ajudar a todos", disse o governador.

Nesta terça, a Folha mostrou que nos dez primeiros dias de agosto entraram apenas 6.600 litros de água por segundo no sistema Cantareira, o maior do Estado, o que representa pouco mais de 1/4 da média histórica para o mês.

Além disso, três rios da região de Campinas entraram em situação de alerta, com risco de restrição na captação de água se a vazão continuar a cair nos próximos dias.

O tucano esteve em dois municípios da região de Campinas (a 93 km de São Paulo) para a entrega de obras que integram o corredor metropolitano, que vai ligar seis municípios por meio de vias exclusivas para ônibus.

OBRAS

O governador afirmou que a falta de chuvas é resultado das mudanças climáticas e que o caminho para diminuir a vulnerabilidades do sistema de abastecimento de água são as obras de interligação dos sistemas.

Ele citou a interligação das bacias dos rios Paraíba do Sul e PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí) como a "grande obra" para amenizar a baixa vazão do Cantareira e dos rios abaixo do conjunto de reservatórios.

No entanto, afirmou que a licitação é alvo de disputa entre empresas concorrentes para fazer a obra. A interligação foi orçada em R$ 830 milhões pela Sabesp (companhia de saneamento estadual), mas fechou com deságio de 33%.

"A grande obra vai ser a interligação da bacia do Paraíba do Sul com a do PCJ, cuja obra já está licitada, mas há uma briga entre empresas que a gente espera que se resolva em questão de dias para assinar o contrato e começar a obra", disse.

A interligação, segundo o governo paulista, será a segurança hídrica da Grande São Paulo e da região de Campinas. Ela vai garantir vazão máxima de 8,5 m³/s de água da represa do Jaguari para o Cantareira, diz o governo.


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