Folha de S. Paulo


Aulas são suspensas em dez escolas do Rio após morte de traficante Playboy

Aulas em dez escolas e sete creches foram suspensas nesta segunda-feira (10), na região de Costa Barros, zona norte do Rio. A decisão das secretarias estadual e municipal de Educação ocorreu devido ao clima de tensão com a ocupação policial que se sucedeu após a morte de Celso Pinheiro Pimenta, o Playboy.

Considerado um dos criminosos mais procurados do Rio, Playboy foi morto por policiais no sábado (8), no morro da Pedreira, de onde chefiava o tráfico de drogas pela facção conhecida como ADA (Amigos dos Amigos) e uma quadrilha de roubo de cargas. O apelido Playboy era uma referência ao fato de ter nascido em família de classe média e estudado em colégios particulares de Laranjeiras, zona sul do Rio.

Com a suspensão das aulas, 6.159 estudantes foram prejudicados.

Divulgação/ SSP Rio de Janeiro
Polícia mata traficante Playboy, o mais procurado do Rio de Janeiro
Polícia mata traficante Playboy, o mais procurado do Rio de Janeiro

Desde a sua morte, policiais das unidades do Batalhão de Choque, além da companhia de cães da Polícia Militar, ocupam por tempo indeterminado os acessos ao Complexo da Pedreira.

A Unidade de Pronto Atendimento de Costa Barros, que neste domingo ficou fechada, voltou a funcionar, de acordo com a secretaria municipal de Saúde.

Apesar da ocupação policial, criminosos conseguiram colocar barricadas com pedras e máquinas caça-níqueis nos acessos à comunidade para dificultar a entrada de carros blindados da polícia.

ENTERRO

Cinco ônibus levaram moradores do morro da Pedreira, zona norte do Rio, ao enterro do traficante Celso Pinheiro Pimenta, 33, conhecido como Playboy, neste domingo (9).

O enterro ocorreu às 15h, no cemitério do Catumbi, centro do Rio. O local fica aos pés dos morros da Mineira, Coroa e São Carlos, comunidades controladas pela facção que era chefiada por Playboy e que enviou três coroas de flores ao local.

O velório teve um total de três mil flores, distribuídas em sete grandes coroas, em um padrão pouco visto no cemitério. A Folha apurou que os arranjos usados não constavam do catálogo da floricultura local e cinco deles foram encomendados especialmente para a ocasião pelos traficantes.

Quando serviu ao Exército, Playboy roubou armas e munições do paiol e entregou a traficantes do morro do Dendê, zona norte do Rio, onde virou gerente do tráfico, aos 19 anos.

O traficante era acusado de comandar ações ousadas, como o roubo de 193 motos em um depósito do Estado, em dezembro de 2014. As motocicletas estavam dentro de um depósito de uma empresa que presta serviço para o Detro (Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio), órgão do governo do Estado.

No mesmo ano, expulsou cerca de 80 famílias de um conjunto do programa Minha Casa Minha Vida. Os apartamentos foram ocupados pelos bandidos.


Endereço da página:

Links no texto: