Folha de S. Paulo


Em SP, jovem é preso sob suspeita de esquartejar e congelar corpo da tia

A Polícia Militar prendeu um jovem de 22 anos suspeito de matar, esquartejar e esconder o corpo da tia em uma geladeira, na Vila Gustavo, zona norte de São Paulo.

A polícia informou que fazia patrulhamento na avenida Julio Buono, na Vila Gustavo, quando foi abordada por Marco Antonio Oliveira, 48, na noite desta quarta-feira (5).

Oliveira disse à polícia que estava preocupado com o desaparecimento de sua irmã Kely Cristina de Oliveira, 44, e que achava que o filho dele, Guilherme Lozano Oliveira, "havia feito alguma coisa com ela".

A polícia foi até a casa de Kely, na rua Acapuzinho, onde ela morava com Guilherme, que negou saber o paradeiro da tia. Após ser pressionado, ele confessou o crime.

Segundo a polícia, ele matou a tia enforcada há cerca de dois meses, durante uma discussão, e usou provavelmente um machado para cortá-la em partes –cabeça, tronco e pernas foram colocados em uma mala deixada no freezer da geladeira.

Edu Silva/Futura Press/Folhapress
Denunciado pelo própria pai, polícia prende jovem suspeito de matar a tia
Denunciado pelo próprio pai, polícia prende jovem suspeito de matar a tia na Vila Gustavo (zona norte)

Kely era dada como desaparecida havia mais de um mês. Procurados por vizinhos, familiares começaram a suspeitar de Guilherme.

O pai do suspeito, Marco Antonio Oliveira, 48, foi ao prédio na noite de quarta. Guilherme teria sido agressivo e impedido a entrada.

A tenente da PM, Paula Helen, confirmou que a polícia encontrou partes do corpo de Kely na geladeira. Durante as buscas, também foi localizado um machado na casa. A Justiça decretou a prisão preventiva do suspeito por 30 dias.

Após fazer a revelação à polícia, Guilherme fugiu do local no carro da tia, mas foi detido ao bater em um poste próximo ao local do crime. Ele foi preso em flagrante por ocultação de cadáver, desobediência e acidente de trânsito.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Guilherme. Em depoimento, segundo a polícia, ele afirmou que a morte da tia foi acidental e que decidiu esquartejar o corpo dela porque ninguém acreditaria nele.

Segundo o depoimento, eles estavam discutindo quando a tia tentou lhe agredir. Ele disse que reagiu para se defender e matou a tia por asfixia com as mãos. Afirmou ainda que era constantemente ameaçado e xingado por ela.

Guilherme foi morar com a tia, que era solteira, após praticamente ser expulso de casa pelos pais. Ele tinha mais de 11 ocorrências policiais, que começaram na adolescência –parte por envolvimento em ofensas raciais.

A tenente disse ainda que uma investigação foi aberta para apurar a autoria do homicídio. A perícia foi feita no apartamento da vítima e o corpo levado para o IML (Instituto Médico Legal). O caso foi registrado no 73º DP (Jaçanã).

CONDENAÇÃO E HISTÓRICO VIOLENTO

O jovem suspeito de matar a própria tia já fora condenado por outro crime a 15 anos de prisão, em regime fechado por homicídio duplamente qualificado. Ele estava, no entanto, recorrendo em liberdade.

De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo, Guilherme Lozano Oliveira matou Johni Raoni Falcão Galanciak, em setembro de 2011. O crime ocorreu em frente a uma casa de shows localizada no bairro Pinheiros, em São Paulo, antes da apresentação de um grupo de punk rock.

Na sentença, a juíza Eliana Cassales Tosi de Mello, do 5º Tribunal do Júri, destacou que o assassinato foi marcado pela "repugnância" e "frieza".


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