Em poucas horas, a gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) recuou e desmentiu a declaração do próprio secretário de Transportes, Jilmar Tatto nesta quinta (30).
Pela manhã, Tatto havia dito que as marginais Pinheiros e Tietê seriam fechadas durante a madrugada até o fim deste ano. À tarde, a pasta negou e, à noite, o próprio Tatto emitiu uma nota de desculpas pela declaração.
Mas essa não foi a primeira vez que a gestão voltou atrás em suas decisões e anúncios para a cidade. Confira nove vezes em que Haddad repensou e desistiu de decisões tomadas desde que assumiu a cidade, em janeiro de 2013.
| Zanone Fraissat-2.abr.2015/Folhapress | ||
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| Vista aérea da marginal Tietê em São Paulo |
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2) IPTU
No fim do seu primeiro ano de gestão, o prefeito anunciou que brigaria na Justiça por um aumento bem acima da inflação para o IPTU. Ele chegou a dizer que mandaria dois boletos no início do ano para que apenas um valesse de acordo com o resultado, mas recuou pouco antes do envio e reajustou o imposto apenas com base na inflação, de 5%;
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3) TÁXIS NOS CORREDORES DE ÔNIBUS
Haddad planejava vetar a circulação de táxis nos corredores de ônibus. Após pressão da categoria, a gestão anunciou apenas a uma proibição parcial nos horários de pico nos corredores, mas conseguiu a liberação para circularem em todas as faixas de ônibus da cidade –antes vetada em qualquer horário;
| Apu Gomes - 20.dez.2014/Folhapress | ||
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| Trânsito intenso na 23 de Maio e faixa de ônibus livres; coletivos vão dividir faixa com táxis |
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4) TROCA DE SUBPREFEITOS
Não durou muito também a promessa do prefeito de que somente profissionais de perfil técnico, e não indicados políticos, seriam nomeados para o comando das subprefeituras. Mas, em apenas dois meses, substituiu 12 técnicos por aliados políticos;
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5) SACOLAS PLÁSTICAS
No começo deste ano, o prefeito Fernando Haddad proibiu o uso da tradicional sacolinha branca e, por meio de lei, determinou que o comércio distribuísse sacolas verdes (para o lixo reciclável, como metal, papel, plástico e vidro) e cinza, destinada ao descarte do lixo comum (como restos de comida, papel higiênico, bitucas de cigarro, fraldas e lâmpadas).
A mudança fez com que os supermercados passassem a cobrar pelo item. Em maio, um acordo entre a Apas (Associação Paulista de Supermercados) e o Procon estabeleceu que as duas sacolas plásticas fossem oferecidas gratuitas para o consumidor nos supermercados vinculados à entidade. Em julho, os supermercados voltaram com a cobrança das sacolas de plástico.
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6) TARIFA DE ÔNIBUS
Em 2013, a gestão Haddad queria reajustar a passagem de ônibus em São Paulo de R$ 3 para R$ 3,20. Após atos populares –pacíficos e violentos– contra o aumento da tarifa do transporte coletivo, Haddad anunciou que a tarifa voltaria a R$ 3. No começo deste ano, o prefeito reajustou a tarifa para R$ 3,50.
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7) AUXILIARES DE PROFESSORES
Em março de 2014, a gestão do prefeito Haddad ameaçou dispensar cerca de 905 alunos de pedagogia que atuam como auxiliares dos professores titulares das escolas municipais. Na ocasião, a prefeitura afirmou que a medida seria necessária porque havia alterado a regra do programa, o que permitiria a contratação de 1.500 novos estagiários.
No final da tarde do mesmo dia, o prefeito recuou e decidiu não encerrar mais os contratos. O secretário de Educação, Cesar Callegari, afirmou que os contratos dos estudantes de pedagogia seriam prorrogados até o fim daquele ano.
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8) AMPLIAÇÃO DO RODÍZIO
A gestão também anunciou a ampliação do rodízio de veículos a bairros da periferia de São Paulo. Após estudos, porém, o prefeito decidiu adiar a decisão por tempo indeterminado.
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9) ARCO DO FUTURO
A Prefeitura de São Paulo também desistiu da construção das obras de apoio viário do Arco do Futuro, principal promessa de campanha de Haddad. A secretária de Planejamento e Gestão, Leda Paulani, disse que os projetos eram caros e que a prefeitura não teria condições de fazer.
| Editoria de arte/Folhapress | ||
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OUTRO LADO
Após a publicação desta reportagem, a Prefeitura de São Paulo enviou os seguintes comentários:
Marginais Tietê e Pinheiros
Não havia decisão sobre fechamento de marginais nem a intenção de fechar a totalidade das vias, como o texto faz parecer. O secretário respondeu a uma pergunta de jornalista sobre estudos preliminares que haviam sido realizados na marginal Tietê antes da redução dos limites de velocidade nas duas vias.
IPTU
Não houve recuo na decisão sobre o IPTU. A Prefeitura foi impedida de aplicar o reajuste da planta genérica de valores, previsto em lei, após ação judicial impetrada pelo PSDB e pela Fiesp, medida que tirou R$ 1 bilhão da cidade em 2014.
Sacolas plásticas
A prefeitura não foi parte do acordo celebrado entre Procon e Apas que estabeleceu a distribuição de duas sacolas gratuitas por tempo determinado. A cobrança foi restabelecida ao término do prazo de vigência do acordo. A Prefeitura, ao contrário, processou a Apas e as principais redes supermercadistas para que eles fossem proibidos de cobrar pelas sacolinhas, mas o pedido não foi acolhido pela Justiça.
Tarifas de ônibus
A decisão de revogar as tarifas de ônibus, trem e metrô foram tomadas conjuntamente pela Prefeitura e o governo do Estado, atendendo à principal reivindicação dos atos de junho de 2013 na capital. As tarifas de trem e metrô, modais administrados pelo Estado, também foram reajustadas no início de 2015.
Ampliação do rodízio
A prefeitura nunca anunciou a ampliação da área geográfica do rodízio municipal como decisão definitiva. Um estudo sobre o tema foi apresentado em janeiro de 2014 para análise do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT), justamente para que a viabilidade da medida pudesse ser discutida com a cidade antes de eventual adoção.
Arco do Futuro
O Arco do Futuro está representado no Plano Diretor pela Macroárea de Estruturação Metropolitana e engloba os Arcos Tietê, Tamanduateí, Leste, Pinheiros e Jurubatuba, todos com um papel estratégico na reestruturação urbana no município, por apresentarem grande potencial de transformação urbana.