Folha de S. Paulo


Haddad estuda medidas para reduzir atropelamentos em São Paulo

O prefeito Fernando Haddad (PT) afirmou que a administração municipal estuda aumentar o número de faixas e semáforos para pedestres para reverter o aumento de atropelamentos por ônibus na cidade.

De acordo com dados da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), os atropelamentos por ônibus com morte subiram 31% em 2014, passando de 87 no ano anterior para 114.

O aumento interrompe uma tendência de queda e vai na contramão dos índices para outros veículos, como motos e caminhões.

Especialistas entrevistados pela Folha para reportagem publicada nesta segunda (13) afirmam que a alta tem relação com a expansão das faixas exclusivas na gestão Fernando Haddad (PT), que resultou no aumento de velocidade dos coletivos, além da sinalização deficiente e a falta de limites de velocidade rigorosos para os coletivos.

"Pedi para verificar se é possível instalar novas faixas e semáforos de pedestres em algumas vias específicas para que possamos conviver com essa nova realidade que efetivamente temos 500 km de faixas e corredores na cidade", disse.

A CET havia inicialmente negado a relação dos acidentes com as faixas, mas o prefeito indicou que pode haver a ligação, embora ainda espere resultado final de um estudo que deve sair em 15 dias.

"Isso está sendo checado até para saber se a prefeitura pode instalar outras faixas de pedestre com [semáforos] intervalo menor até para favorecer o pedestre agora que o ônibus ganhou velocidade e que isso inspira muito cuidado", disse Haddad.

"[De acordo com] dados preliminares, que só vou poder confirmar daqui 15 dias, aparentemente, o que há é uma combinação entre aumento de velocidade e atravessar a rua fora da faixa de pedestre", completou.

Estudo apresentado pela própria administração municipal mostra que a chance de morte cresce muito a partir de 40 km/m. O prefeito não informou se pretende reduzir a velocidade máxima nas vias para ônibus.

Atualmente, o limite para os ônibus nas faixas e corredores é de 50 km/h.

"Eu ainda acho uma velocidade alta", afirma a arquiteta Meli Malatesta, especialista em mobilidade. Além da redução de velocidade, ela afirma que deveria haver mais atenção ao pedestre, com maior tempo de travessia nos cruzamentos.

Editoria de Arte/Folhapress

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