Folha de S. Paulo


Ativistas do Greenpeace protestam contra Alckmin e a crise hídrica em SP

Um grupo de ativistas do Greenpeace protestou nesta terça-feira (23) na praça da Sé, região central da capital paulista, para cobrar do governo de São Paulo medidas concretas para solucionar a crise da água no Estado.

Com o slogan "Não vai faltar sede", os ativistas distribuíram garrafas de água, simbolizando as últimas gotas do sistema Cantareira, que opera nesta terça com 15,4% de sua capacidade. Eles contaram com a ajuda da mascote "Voluminho" para distribuir as 2.600 garrafas com o rótulo do produto fictício.

A embalagem criada pela ONG tem uma foto do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) sorrindo e a frase: "Minha preferida!". Na composição da água "100% volume morto", está escrito: "Negação, hipocrisia, mau gerenciamento, corrupção, lucro, bolsa de valores, acionistas & propaganda enganosa".

Durante a ação, membros do Greenpeace levaram esclarecimentos a quem passava pela praça. "A má gestão hídrica da água atualmente fez com que ela fosse tratada como mercadoria e não como direito. Por isso, lançamos essa contrapropaganda, mostrando que são as últimas gotas do nosso reservatório Cantareira", disse Fabiana Alves, coordenadora da campanha.

Fabiana criticou o atual modelo de cobrança diferenciado pela água. "O Greenpeace tem pedido para que acabem os contratos de demanda firme, que são contratos com grandes empresas, que consomem mais de 500 mil litros de água por mês com a Sabesp. Esses contratos fazem com que essas empresas, quanto mais consumem, menos elas pagam pela água. Essa é uma ótica totalmente de mercado e não de direito, que é como deve ser tratada", disse.

Alckmin tem sustentado que esta é a maior seca dos últimos anos e que as obras do governo de São Paulo no sistema estão sendo feitas a tempo de evitar um racionamento drástico.

OUTRO LADO

A Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos informou que lamenta que o Greenpeace use sua popularidade para confundir a população. "Ao contrário do que afirma o grupo, São Paulo é, de longe, o Estado que mais investe em saneamento no Brasil: nas últimas duas décadas, São Paulo foi responsável por nada menos que 39,3% de tudo que foi investido no setor no país", disse em nota.

A secretaria disse ainda que continua adotando uma "série de medidas para garantir o abastecimento, como a implantação do bônus para quem economiza água e ônus para quem desperdiça; o uso da reserva técnica; a integração de sistemas permitindo a diminuição da retirada de água do Cantareira; e obras emergenciais, como a ampliação da capacidade de produção de água da ETA Alto da Boa Vista, com membranas ultrafiltrantes, maior captação de água dos rios Guaratuba e Guaió, interligação do Rio Grande com o sistema Alto Tietê, entre outras".

Segundo a secretaria, a Sabesp investiu R$ 9,3 bilhões entre os anos de 1995 e 2013 em medidas para "aumentar a segurança do abastecimento de água, a capacidade de produção, o transporte de água tratada e a integração entre os sistemas produtores, além de ter reduzido sensivelmente as perdas, atingindo padrões internacionais. No período, a capacidade de produção subiu 57,2 para 73,3 m³/s".

Com informações da Agência Brasil


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