Folha de S. Paulo


Mais um prédio da gestão Alckmin extrapola meta de economia de água

O cidade 3, que faz parte do complexo de prédios administrativos do governo do Estado de São Paulo, também extrapolou a meta de economia de água imposta pela Sabesp.

Na última segunda-feira, a Folha mostrou que os prédios Cidade 1, 2 e 4, que abrigam três secretarias estaduais, além do Metrô e da CDHU, também excederam a meta de consumo de água. Juntos, os quatro prédios formam o maior centro administrativo do governo do Estado. O caso fez com que o responsável pela zeladoria dos prédios fosse exonerado.

O cidade 3, abriga a Secretaria de Estado dos Recursos Hídricos, principal braço do governo do Estado para decisões estruturais da gestão da água em São Paulo. No prédio, também funcionam a Secretaria da Energia, do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, além da de Gestão Pública. Localizado na rua Bela Cintra, o prédio é abastecido pelo sistema Cantareira, que passa por severa crise de abastecimento.

nesta segunda-feira (8), o sistema Cantareira tem 15,6% de sua capacidade.

Bruno Poletti/Folhapress
Fachada do Cidade 1, um dos prédios da administração estadual que extrapolaram a meta de economia de água
Fachada do Cidade 1, um dos prédios da administração estadual que extrapolaram a meta de economia

Nos últimos 12 meses, a conta do prédio extrapolou a meta por duas vezes, em novembro de 2014 e março de 2015. Segundo as regras da Sabesp, todos que excedem a meta de consumo estão sujeitas à sobretaxa.

Procurada, a Secretaria do Planejamento, que administra os prédios, não revelou se pagou sobretaxa pelo excesso de consumo de água.

Nesta terça-feira (8), o governador Geraldo Alckmin comentou os aumentos. Ele admitiu que em alguns casos houve aumento do consumo, em relação à meta estabelecida pela Sabesp, e disse que o caso causou a exoneração do síndico dos prédios do governo. "A orientação é o governo dar exemplo", disse ele.

O aumento na conta da água ocorre justamente durante a maior crise de abastecimento do Estado de São Paulo, o que resultou em uma política que deixa milhares de pessoas com torneiras secas durante horas, além de instituir sobretaxas para quem não economiza água.

Na prática, os quatro prédios da administração estadual estão entre os 18% dos consumidores da Sabesp que continuam aumentando o consumo de água. São esses a quem o governador Geraldo Alckmin chama de "gastões".

A Secretaria do Planejamento alegou que tem feito esforço para reduzir o consumo de água. Diz que, por esses esforço, conseguiu obter o bônus por sete vezes em um ano. A secretaria disse que solicitou à Sabesp a revisão das contas em que foi constatado o aumento de consumo de água além da meta estipulada pela Sabesp e o próprio governo do Estado. A secretaria diz ainda que abriu uma sindicância para apurar as razões para suposta elevação do consumo, o que, segundo a nota enviada à Folha, "contraria a determinação dada pelo governo a todos os seus gestores".


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