Folha de S. Paulo


Haitianos dizem chegar em SP com dívidas de até R$ 12 mil

Levantamento de uma pesquisadora da UnB (Universidade de Brasília) mostra que, mais do que emprego, haitianos que migram para São Paulo estão em busca de reconstruir suas vidas.

A mestranda Patricia Martuscelli afirma que cerca de 500 haitianos chegaram à capital paulista de janeiro até o início de maio, antes de a nova leva de quase 1.000 refugiados ser anunciada pelo governo do Acre.

Martuscelli afirma que já tabulou dados de 267 dos 500 haitianos. Apenas quatro eram de mulheres. A grande maioria está em idade produtiva, entre 20 e 30 anos. E não tem família constituída.

"Me perguntam se não tenho uma amiga brasileira para apresentar. Ou se eu mesma não estou solteira", conta Martuscelli, sorrindo. Não, responde, está em um relacionamento há cinco anos.

A pesquisadora é também voluntária da Missão Paz, organização da Igreja Católica que acolhe imigrantes, e atua na paróquia Nossa Senhora da Paz, no Glicério (centro de São Paulo).

Segundo ela, os haitianos estão em busca de ocupações que não requerem domínio da língua portuguesa. São postos como o de ajudante de pedreiro, jardineiro ou auxiliar de limpeza.

Muitos imigrantes chegam com dívidas de até US$ 4.000 (cerca de R$ 12 mil) com coiotes, passagens e até subornos nas imigrações, dizem refugiados.


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