Folha de S. Paulo


Rebelião em unidade da antiga Febem em SP termina com quatro feridos

Internos da Fundação Casa (antiga Febem) fizeram uma rebelião no começo da tarde desta quinta-feira (14) na unidade da Vila Leopoldina, na zona oeste de São Paulo.

Ao menos 14 funcionários foram feitos reféns durante quase duas horas de rebelião, que terminou às 14h50 após uma negociação entre os adolescentes e a equipe da Superintendência de Segurança da Fundação Casa.

De acordo com a instituição, ao menos quatro pessoas tiveram ferimentos leves e foram socorridas –inicialmente, a fundação havia divulgado seis.

A instituição disse ainda que os adolescentes chegaram a atear fogo em colchões no pátio. "O centro socioeducativo sofreu danos patrimoniais, como quebra de mobiliário e danos aos colchões", disse em nota.

Equipes do Corpo de Bombeiros foram deslocadas para o local para controlar as chamas. Segundo a Fundação Casa, a Polícia Militar foi chamada "apenas como apoio, ficando a todo o momento na área externa ao centro socioeducativo".

A Corregedoria da Fundação Casa instaurou uma sindicância para apurar as circunstâncias da rebelião e quantos adolescentes participaram. Ao todo, a fundação tem capacidade para abrigar 150 adolescentes, mas tem atualmente 101.

Todos os adolescentes envolvidos na rebelião passarão pelo CAD (Comissão de Avaliação Disciplinar) da instituição e poderão sofrer sanções administrativas. Segundo a Fundação Casa, o Judiciário e os familiares serão informados sobre a ocorrência.

PARALISAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS

O motim em uma das unidades da Fundação Casa acontece após três dias da suspensão da greve de funcionários da instituição. A decisão foi tomada na última segunda-feira (11) após audiência de conciliação, em que o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) propôs reajuste de 9% para a categoria. A paralisação foi iniciada no dia 7 de maio.

Para o presidente do Sintraemfa (sindicato da categoria), a audiência foi positiva, mas ainda há pontos que precisam ser negociados. Segundo ele, a volta ao trabalho visa justamente o andamento das negociações. O estado de greve fica mantido e uma nova audiência no TRT está marcada para esta quinta (14).

Na reunião desta segunda, a Fundação Casa comprometeu-se a pleitear o reajuste proposto pelo tribunal junto ao governo do Estado, e também aceitou não efetuar descontos nos salários dos funcionários em greve.

A reivindicação inicial da categoria era de reajuste de 28,16%, enquanto o governo estadual oferecia 6,5%. A proposta feita pelo TRT ficou em 9% de reajuste, a ser pago em agosto. O tribunal também sugeriu 12,5% de reajuste para os vales refeição e alimentação.


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