Folha de S. Paulo


Em julgamento concorrido, Beira-Mar pode ser condenado a 120 anos

O julgamento do traficante Luiz Fernando da Costa, 47, o Fernandinho Beira-Mar, provocou tumulto na entrada do 1º Tribunal do Júri nesta quarta-feira (13) no centro do Rio.

Às 13h, horário previsto para o início da sessão, ainda havia mais de 150 pessoas à espera de um lugar no auditório que soma 84 lugares, sendo muitos estudantes e estagiários de direito. Também são esperados familiares e amigos de Beira-Mar, que costumam marcar presença em audiências do gênero.

Se for condenado no julgamento desta quarta, o traficante pode adicionar mais 120 anos de prisão e ultrapassar, na soma com sentenças anteriores, a marca de 300 anos de cadeia.

Beira-Mar já tem 149,5 anos de condenações por tráfico de drogas e homicídio no Rio de Janeiro. Considerando as condenações em outros Estados, a pena a que ele foi condenado, chega a aproximadamente a 200 anos de prisão.

A decisão do júri popular na audiência desta tarde diz respeito aos quatro detentos assassinados em 11 de setembro de 2002, dentro do presídio de Bangu 1 (zona oeste do Rio). Para cada homicídio, a pena pode chegar a 30 anos.

Apesar dos números expressivos nas condenações, de acordo com a legislação penal brasileira, o cumprimento máximo de pena não pode ser superior a 30 anos.

Beira-Mar desembarcou às 9h45 na pista do aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio, vindo de Porto Velho, Rondônia, local da penitenciária federal de segurança máxima onde ele cumpre pena.

De imediato, entrou em um helicóptero da Polícia Civil e seguiu para o heliponto do Tribunal de Justiça do Rio. O voo durou menos de cinco minutos.

Ao desembarcar no heliponto do Tribunal, Beira-Mar foi escoltado para um local fez uma refeição e encontrou Maurício Neville, seu advogado no caso, antes de seguir para a sessão.


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