Folha de S. Paulo


Com seca, Sabesp é forçada a liberar mais água para Campinas

Com o risco de o abastecimento na região de Campinas (a 93 km de São Paulo) entrar em colapso, a Sabesp passou a liberar, nesta semana, mais água do sistema Cantareira para os rios do interior.

O salto foi de 1.500 para 2.000 litros por segundo –acima do estipulado na resolução conjunta entre os governos estadual e federal, que fixa metas de retirada de água do Cantareira.

A mudança ocorre no início do período de estiagem, que deve se estender até outubro.

Não há chuvas volumosas na região desde março, e os principais rios (Atibaia e Jaguari, que formam o rio Piracicaba) já se encontram em situação crítica.

No trecho do distrito de Souzas, em Campinas as pedras do Atibaia já estão aparentes.

No domingo (3), a vazão do Atibaia no ponto de captação de Campinas chegou a 4.200 mil litros por segundo –a menor desde agosto do ano passado.

A Sanasa (empresa de saneamento) diz que, abaixo dos 4.000, a cidade pode começar a registrar problemas no abastecimento e precisar de mais produtos no tratamento de água.

Com isso, estão sendo liberados 10,8 mil litros por segundo para a Grande São Paulo, bem perto dos 10 mil que o governo Alckmin prevê como limite para o período da seca, atendendo 5 milhões de pessoas.

O limite de retirada de água para a Grande São Paulo permite chegar a 13 mil litros por segundo, conforme a resolução conjunta.

A Sanasa informou que, desde que o rio Atibaia começou a apresentar queda na vazão, solicitou três vezes ao governo do Estado um aumento da retirada.

O manancial abastece 95% do município e, no ano passado, por causa da seca e da qualidade ruim da água, Campinas registrou desabastecimento por dez dias.

Em nota, o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) informou que a maior liberação de água do Cantareira ocorre em função do período crítico, decorrente da falta de chuva, e que monitora a vazão no ponto de captação em Campinas para que não caia para menos de 5.000 mil litros por segundo.

Já a ANA (Agência Nacional de Águas) informou que, caso não seja possível diminuir a retirada de água do Cantareira para o interior nos próximos dias, os governos irão revisar o comunicado conjunto, fixando novos limites.


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