Folha de S. Paulo


Após divergência, Haddad diz que negocia ação na cracolândia com Alckmin

Após divergências públicas com a Secretaria Estadual da Segurança Pública sobre a recente ação na cracolândia, o prefeito Fernando Haddad (PT) disse que agora negocia sobre o tema diretamente com o governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Na última semana, Haddad havia dito que contava com a ajuda da Polícia Militar para impedir a volta de traficantes e barracas para a área na região central após retirar a chamada "favelinha" que havia no local. O secretário estadual da Segurança, Alexandre de Moraes, porém, disse que aquele era um problema social, não se segurança pública.

Nesta terça-feira (5), o prefeito disse que a polícia está colaborando na ação para combater o tráfico de drogas. "Eu estou falando direto com o governador para evitar qualquer problema desse tipo. Falamos no final de semana. Ele é um apoiador do programa e acho que estamos no caminho certo", afirmou.

Haddad disse ainda que a operação está ocorrendo como o previsto e que parte dos usuários que estavam na cracolândia foi encaminhada ao programa "De Braços Abertos", que oferece emprego, moradia e tratamento aos viciados.

"Passei hoje lá [cracolândia] duas vezes, e a situação está muito diferente da semana passada. Você não encontra mais nenhuma barraca. São 583 pessoas sendo tratadas, é um dos maiores programas do mundo, uma referência em redução de dano", afirmou o prefeito.

A operação da prefeitura para remover as barracas montadas por usuários de drogas na cracolândia teve início na última quarta (29) e provocou tumulto e confronto entre os dependentes de drogas e policiais. Houve bombas de gás, barricadas de fogo, "guerra" de pedras e comerciantes correndo para fechar as portas. Ao menos dois usuários e um PM ficaram feridos.


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