Folha de S. Paulo


Após operação, cracolândia está sem barracos, mas tráfico na rua é intenso

Marlene Bergamo/Folhapress
COTIDIANO - Sao Paulo - SP - 02/05/2015 - Regiao da crackolandia depois da operacao da Prefeitura que foi interrompida por policiais militares que filmavam no meio dos usuarios e que, segundo eles, foram descobertos e dispararam tiros. Os tiros acertaram duas pessoas. A confusao se espalhou com a chegada da tropa de choque. - Marlene Bergamo/ Folhapress - 0717

Três dias após a Prefeitura de São Paulo realizar uma operação na cracolândia, no centro da cidade, que terminou em confronto com usuários de drogas, o fluxo –aglomeração de pessoas para venda e consumo de crack– está intenso na rua.

Na tarde deste sábado (2), centenas de pessoas bloqueavam a alameda Dino Bueno, impedindo a passagem de carros e pedestres. Os barracos montados na calçada –foco da ação da prefeitura na última quarta (29)–, porém, não foram reerguidos.

Por outro lado, há dependentes de crack espalhados por todas as ruas do entorno de onde ficava a "favelinha", agora desmontada.

O cerco aos frequentadores da cracolândia, a fim de evitar a construção de novos barracos, continua firme: há homens da Guarda Civil Metropolitana em todas as esquinas.

A Polícia Militar, que havia "desaparecido" do local no dia seguinte à operação da prefeitura, também mandou dezenas de policiais para a cracolândia no início desta tarde. O contingente, porém, havia diminuído por volta das 16h.

A principal queixa dos frequentadores da cracolândia agora é que os guardas-civis têm proibido a circulação de carrocinhas de catadores de recicláveis pelo local. Segundo uma moradora, algumas carrocinhas foram apreendidas pela GCM e por homens da limpeza urbana na sexta-feira (1º).

Os guardas-civis que atuam na área negaram ter feito apreensões. Afirmaram que a ordem é não deixar que carroças carregadas de papelão e madeira circulem por ali para evitar que o material sirva para a construção de novos barracos.

OPERAÇÃO

Na quarta (29), a prefeitura fez uma operação na cracolândia para remover as moradias precárias ali construídas –usadas tanto para consumo como para venda de crack. O município mantém no local o programa Braços Abertos, que dá trabalho e moradia aos dependentes químicos.

Houve confusão e confronto entre usuários de drogas e policiais.

Conforme a Folha noticiou, auxiliares do prefeito Fernando Haddad (PT) conversaram com traficantes de drogas que se apresentaram como líderes da área antes de iniciar a operação, para tentar evitar que houvesse violência.

A iniciativa da gestão Haddad gerou críticas da oposição, como as do vereador Andrea Matarazzo (PSDB), e foi defendida por aliados, como o vereador petista Paulo Fiorilo e o secretário municipal de Direitos Humanos, Eduardo Suplicy.


Endereço da página:

Links no texto: