Folha de S. Paulo


PM vai ocupar mais duas comunidades da Maré para implantação de UPPs

A Polícia Militar vai ocupar a partir de sexta-feira (1º) mais duas comunidades do Complexo da Maré, na zona norte do Rio para a instalação de UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora). Considerada estratégica para a segurança do Rio e das Olimpíadas, devido à sua localização, a Maré poderá ter até dez bases policiais em suas 15 comunidades.

A ocupação por UPPs em toda região está prevista para acontecer até março de 2016, a cinco meses dos jogos. No mês passado, outras duas favelas foram ocupadas pela polícia. Ambas dominadas por uma milícia.

"É uma situação muito difícil lá (na Maré) que vai exigir um grande trabalho de inteligência", afirmou o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame.

O complexo tem em suas comunidades três facções criminosas e uma milícia. As próximas localidades a serem ocupadas, Parque União e Nova Holanda, estão sob o domínio de traficantes da facção Comando Vermelho.

Para a ocupação, a PM irá reforçar o policiamento em vias expressas, além do patrulhamento com homens do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e do Batalhão do Choque.

O Exército ocupa a Maré desde 5 de abril de 2014. Apesar da presença militar, os tiroteios na região entre traficantes ou de criminosos com os militares são constantes.

"Mesmo que se tenha confrontos na região você acaba com o que se chamava de império. A UPP está lá para criar caminhos de comunicação com a comunidade", disse Beltrame.

Ao mesmo tempo que planeja a ocupação no Complexo da Maré, o secretário cuidou junto com o comandante da PM, o coronel Alberto Pinheiro Neto, na redistribuição de PMs pelo Rio.

Serão 1.272 para 28 batalhões e mais 400 para 32 UPPs. Alguns desses policiais são formados enquanto outros estavam em estágios em unidades policiais. Essa redistribuição visa reduzir a sensação de insegurança em alguns pontos do Rio.

A ocupação policial no Complexo da Maré representará mais quatro unidades no projeto UPP. Passando das 38 existentes para 42.

A ideia é que durante a instalação na Maré, o Estado do Rio inicie a ocupação de outras duas áreas apontadas como violentas na capital: as favelas do Chapadão e da Pedreira, ambas na zona oeste da cidade.


Endereço da página: