Folha de S. Paulo


Manifestantes interrompem aula de Haddad na USP para pedir transporte

Reprodução/Facebook
Manifestantes estendem faixa pedindo transporte público durante aula do prefeito Fernando Haddad (PT) na USP
Manifestantes com faixa pedindo transporte público em aula do prefeito Fernando Haddad (PT) na USP

Uma aula do prefeito Fernando Haddad (PT) foi interrompida na manhã desta segunda (27) por pessoas que protestavam contra a falta de transporte público no extremo sul da capital.

Os militantes do movimento Luta pelo Transporte Extremo Sul e estudantes do curso de pós-graduação chegaram a discutir, disse Haddad.

"Saí [da sala] porque houve um bate-boca entre uma manifestante e uma aluna que estava chegando a um patamar inaceitável para uma universidade. Como a coisa saiu do tom, me retirei da sala para atendê-los [os manifestantes] no corredor", disse Haddad. A aula, depois, foi retomada.

O prefeito leciona a disciplina "Economia e Política da Cidade" no curso de pós-graduação em Ciência Política da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas). Entre os temas abordados nas seis aulas previstas, estão a elite e a urbanização da cidade. De acordo com a ementa do curso, o objetivo é "investigar a dinâmica atual do desenvolvimento urbano".

Os manifestantes queriam novas linhas em bairros como Marsilac, Barragem, Bosque do Sol e Juza, onde alguns moradores dizem andar duas horas para chegar ao ponto mais próximo. Nesses bairros, segundo Haddad, há limitação para a criação das linhas por questões ambientais.

O prefeito afirma que vai marcar uma reunião com o grupo e admitiu problemas no transporte da região. "Aquelas pessoas não estavam inventando nada, estavam com um problema real. Existe uma restrição forte à instalação de linhas em Marsilac [por questões ambientais]", disse.

Haddad afirmou que, quando decidiu dar as aulas, já estava preparado para possíveis intervenções. "Assim como a universidade tem que se inteirar do que está acontecendo na cidade, também é bom conhecer os problemas políticos vividos no dia a dia de um prefeito. Então foi uma aula mais rica", disse. "Estudamos [Max] Weber e fizemos um estudo de caso, que era o conflito entre o social e o ambiental."


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