Folha de S. Paulo


Mortos por PMs em serviço sobem em SP; secretário culpa criminoso violento

A Polícia Militar paulista matou mais em serviço no primeiro trimestre deste ano, na comparação com igual período de 2014. O número de mortos por PMs subiu de 157 para 185 –uma alta de 17,8%.

No mesmo período, a quantidade de PMs mortos em serviço foi de 3 para 4, segundo dados do governo Geraldo Alckmin (PSDB) divulgados trimestralmente.

O número de mortos por PMs de folga não é revelado.

O aumento dos mortos por PMs em serviço neste ano ocorre após 2014 já ter sido marcado por uma disparada de 134% nesses casos –em relação ao primeiro trimestre de 2013, que teve 67 casos.

Editoria de arte/Folhapress

Para Alexandre de Moraes, secretário da Segurança Pública, as mortes causadas por PMs subiram porque os criminosos têm enfrentado mais a polícia. Em 2014, segundo Moraes, os confrontos subiram 60% (para 2015, ainda não foi feito um levantamento).

"Não podemos falar 'por que a PM está matando?'. A PM está trabalhando. A criminalidade está mais violenta. A troca de tiros acaba gerando, infelizmente, mortes de um lado e de outro."

Para reduzir as mortes, ele afirmou que vai aumentar a presença policial. "Quanto mais forte a polícia, quanto mais rapidamente ela chega, em maior número, fortemente armada, mais inibe a reação. Inibindo a reação, inibe a troca de tiros", disse.

As mortes causadas por policiais civis em serviço também subiram -de seis, no primeiro trimestre de 2014, para nove, no mesmo período deste ano. E, nos dois períodos, um policial civil foi morto durante serviço.

PERIFERIA ATENTA

Mortes de policiais têm deixado apreensivos os moradores de alguns bairros da periferia de São Paulo. Alguns relatam que mudaram a rotina com medo de mensagens que circularam em redes sociais.

Em Parelheiros (zona sul), mensagens de Whatsapp divulgadas após a morte de um PM na região fizeram moradores se submeter a um toque de recolher na última semana.

O PM, que tinha uma chácara nas redondezas, segundo moradores, foi assassinado na manhã do dia 16. À tarde, moradores de áreas vizinhas, como Jardim das Fontes, disseram ter recebido mensagens para ficar em alerta. À noite, seis pessoas foram mortas a tiros em três ataques distintos em pontos próximos.

A Secretaria da Segurança Pública informou que não há indícios de que os ataques estejam relacionados entre si ou com a morte do PM.

Apesar de desconhecerem a origem das mensagens, moradores dizem que não querem "pagar para ver". "Quando são 18h30, 19h, não fica uma alma na rua", disse a funcionária de um comércio na rua Fonte Nova, onde três pessoas foram baleadas –duas morreram e uma ficou ferida.


Endereço da página: