Folha de S. Paulo


Ele teve um surto, diz namorada de lutador suspeito de morte em hotel

A namorada do lutador de jiu-jitsu Rafael Martinelli Queiroz, Carla Maiara Medeiros Dias, 24, acredita que a mistura de medicamentos para emagrecer e suplementos para o treinamento físico possa explicar o ataque de fúria do namorado, preso sob suspeita de matar, a cadeiradas, um hóspede do hotel onde estavam hospedados. O crime ocorreu na noite do sábado (18).

Ao ouvir gritos durante a discussão entre o lutador e a namorada, o vendedor Paulo Cezar de Oliveira, que estava hospedado no mesmo hotel do casal, abriu a porta e foi surpreendido por Rafael, que o agrediu com socos, chutes e cadeiradas. O vendedor não resistiu aos ferimentos.

Queiroz destruiu boa parte do hotel: quebrou câmeras de vigilância e objetos do hotel, e arrombou as portas dos apartamentos do segundo andar. Ele estava na capital sul-matogrossense para participar de um campeonato de luta.

Divulgação
Rafael Martinelli Queiroz, campeão mundial de jiu jitsu, é acusado de agredir namorada, destruir hotel e matar hóspede
Campeão mundial de jiu jitsu, Rafael é acusado de agredir namorada, destruir hotel e matar hóspede

Após as agressões e depredação, ele foi encontrado por policiais do outro lado da rua onde fica o hotel. Na delegacia, o acusado resistiu à prisão. Uma equipe especial teve que ser chamada para levá-lo para outro espaço mais reforçado.

Carla está na casa dos pais, em Valparaíso (a 564 km de São Paulo), e não quis falar muito sobre o assunto. Abaixo, os trechos principais da entrevista dada à reportagem da Folha por telefone nesta segunda-feira (20).

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Folha - O que aconteceu para que o Rafael tivesse um ataque de fúria?
Carla Maiara Medeiros Dias - Ele teve um surto psicótico. Ele estava tomando remédios. Durante a semana, ele deu sinais de que não estava bem.

Mas eram remédios controlados, de uso psiquiátrico?
Não, era remédio para emagrecer. Ele também usava suplementos por causa do treinamento. Acredito que essa mistura não fez bem para ele.

Você sabia que ele tomava remédios?
Não sabia. É importante esclarecer também que ele não me agrediu. Ele teve um surto psicótico e tentou me agredir, mas eu fugi. Ele nunca teve um ataque de ciúmes.

Aos policiais, o Rafael disse que ficou transtornado ao saber que o filho que você espera não é dele. O filho é dele?
O filho é dele. A gente estava feliz e tínhamos programado a viagem para Campo Grande há dois meses. O surto fez com que ele criasse essa ideia, de que o filho não é dele. Mas é. A gente namora há dois anos.

Você vai manter o relacionamento com ele?
Não sei. Numa hora dessas eu já não sei de mais nada.

Você conhecia a vítima?
Não conhecia.


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