Folha de S. Paulo


Ônibus BRT do Rio viaja com menina de 6 anos pendurada do lado de fora

Uma menina de 6 anos ficou pendurada, presa apenas pelo braço, em um ônibus do sistema BRT durante um percurso de superior a um quilômetro na noite desta quinta-feira (9).

Segundo a família, dentro do coletivo, passageiros gritaram para o motorista parar e tiveram seus pedidos ignorados. O funcionário da Viação Santa Maria, Claudio Amilton, só parou na estação seguinte, ainda de acordo com a família.

O coletivo seguia pelo chamado corredor expresso Transcarioca (que faz a conexão entre Barra da Tijuca, na zona oeste, e o aeroporto internacional do Galeão). Entre os passageiros estava Jheniffer Florencio, 6, acompanhada pela tia, Michele Florencio, 30, e a avó materna. Elas estavam a caminho do cinema.

Ao chegar na estação Maré do BRT, as três se preparavam para desembarcar quando o motorista acelerou com o ônibus e acionou o fechamento das portas. Jheniffer já estava com o corpo para fora do veículo e acabou ficando presa por um dos braços.

Ricardo Borges/Folhapress
Jéssica Florêncio ao lado da filha Jenifer, que ficou pendurada do lado de fora de um ônibus
Jessica Florencio ao lado da filha Jheniffer, que ficou pendurada pelo braço em um ônibus no Rio

"Minha mãe e outros passageiros seguraram a minha filha pelo braço para impedir que ela caísse no asfalto. Soube que todo mundo começou a gritar, mas não quis parar o BRT", disse à Folha Jessica Florencio, mãe da menina.

De acordo com o relato das parentes de Jessica, ao parar na estação do BRT próxima à Universidade Federal do Rio de Janeiro, o motorista simplesmente abandonou o ônibus sem dar explicações. Horas depois, ele compareceu a uma delegacia para prestar depoimento sobre o caso.

Jessica recordou o momento em que reencontrou a filha, Jheniffer, ainda na estação do BRT: "Ela me abraçou chorando muito. Só gritava: mãe, mãe".

Segundo ela, a filha ainda está visivelmente abalada pelo episódio. "Ela acordou com febre, muito nervosa, ainda em choque e com hematomas nos braços".

A garota disse à Folha que, no momento em que seu braço ficou preso, "só pensou na mãe e começou a chorar".

O Consórcio BRT afirmou que o motorista foi demitido por justa causa e que sua atitude "não condiz com a postura que se espera dos profissionais que atuam no sistema".


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