Folha de S. Paulo


Preso, suspeito de estupro no metrô de SP alega que relação foi consensual

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O suspeito de estuprar uma jovem na estação República do metrô de São Paulo, Guilherme Lucas Alves Santos Rodrigues, 20, alega que a relação sexual que teve com a suposta vítima, que tem 18 anos, foi consensual.

Ele foi preso na madrugada desta terça-feira (7) nas proximidades de sua casa, na Cohab Juscelino (zona leste de São Paulo).

A suposta vítima trabalha num terminal da Prodata Mobility, empresa que presta serviços de recarga de bilhete único para o metrô, e teria sido abordada quando encerrava seu turno, na noite da última quinta-feira (2).

Além do suposto estupro, também houve tentativa de roubo. Junto com um comparsa, Rodrigues é suspeito de tentar levar o cofre do terminal da Prodata. A dupla, entretanto, não conseguiu remover o objeto.

De acordo com o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, responsável pelo caso, a polícia apurou algumas das alegações do suspeito –como a de que ele e a vítima frequentariam um motel– mas que, até agora, a versão de Rodrigues não se sustenta.

O suspeito não tem passagens pela polícia e é ex-funcionário da Prodata, onde trabalhou por três meses. Entretanto, de acordo com a polícia, ele e a vítima não se conheciam.

Três outros homens são procurados. Um deles é Rafael Gonçalves de Lima, 24, que teria entrado na cabine junto com Rodrigues e que já tem passagem por roubo. O pai dele já entrou em contato com a polícia e a expectativa é de que ele se apresente nas próximas horas.

Além dele, a polícia busca mais duas pessoas Mais dois suspeitos, que teriam ficado num carro nas imediações da estação e ajudado na fuga da dupla. Eles ainda não foram identificados.

De acordo com a polícia, a suposta vítima não trabalhava usualmente na cabine que foi invadida pelos criminosos. Ela estava cobrindo a folga de uma colega.

O CRIME

Segundo declarações da vítima, que constam em um boletim de ocorrência interno do Metrô, ela encerrava suas atividades na cabine por volta das 23h30 e olhou pelo olho mágico antes de sair, mas ele estaria quebrado.

A jovem então apagou a luz e, ao abrir a porta, foi surpreendida por um indivíduo pardo, de aproximadamente 1,75 m de altura, compleição forte, cabelos raspados e usando óculos, camisa listrada e calça social.

Sob ameaça, o homem amarrou suas mãos atrás das costas com fita adesiva, tirou a roupa da vítima e praticou ato sexual.

Em seguida, o estuprador abriu a porta do quiosque para a entrada de um segundo indivíduo, que seria pardo, de 1,80 m de altura, compleição fraca, cabelo liso e roupa social. Ele carregava ainda um carrinho de mão para levar o cofre da cabine. O primeiro homem o chamava de "Rafinha".

O primeiro homem tentou abrir o cofre, mas não conseguiu. Em seguida, pegaram o celular da vítima, desamarraram-na e pediram para que ela permanecesse mais 30 minutos dentro da cabine.

SEM IMAGENS

Segundo o diretor de contratos da Prodata, José Carlos Martinelli, os assaltantes destruíram o sistema de câmeras da cabine e não foi possível recuperar as imagens. O disco rígido do equipamento foi encaminhado para a polícia, que tentará restaurá-lo.

"Neste momento, estamos fornecendo atendimento médico e psicológico à funcionária", diz Martinelli. "Depois vamos procurar o Metrô para discutir a questão de segurança."

O local onde as cabines para recarga do Bilhete Único são definidos pelo Metrô. A Prodata tem os quiosques em 20 estações da cidade de São Paulo.

Em nota, o Metrô informou que a equipe de segurança da estação República fez o primeiro atendimento e providenciou o encaminhamento da funcionária da Prodata para a Delegacia de Polícia do Metropolitano, na noite de quinta-feira (2).

"A Companhia vem prestando todo o auxilio à polícia, inclusive cedendo imagens dos circuitos de vigilância, para ajudar na investigação do caso", diz o texto.

O Metrô afirma ainda ter mais de 1.100 agentes de segurança, que atuam uniformizados ou à paisana, e 3 mil câmeras distribuídas ao longo de suas linhas, nos trens e nas estações.

O Sindicato dos Metroviários de São Paulo divulgou uma nota de apoio à jovem e exigiu esclarecimentos do governo, do Metrô e da Prodata.

"Que forneçam a ela total apoio em suas necessidades e que fechem imediatamente essa bilheteria que está em lugar inseguro. Exigimos as filmagens e a total transparência na investigação e punição dos agressores", diz o texto.


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