Folha de S. Paulo


Polícia começa a ouvir testemunhas da queda de helicóptero na Grande SP

A Polícia Civil começou nesta segunda-feira (6) a ouvir testemunhas para esclarecer as circunstâncias da queda do helicóptero que matou cinco pessoas em Carapicuíba, na Grande São Paulo, na última quinta-feira (2), entre eles, o filho caçula do governador Geraldo Alckmin (PSDB), Thomaz Alckmin.

Cabe à investigação apurar as responsabilidades da queda, ou seja, se o helicóptero caiu por falhas humanas, mecânicas ou numa combinação dos dois fatores.

O auxiliar Odair Rodrigues Condé, que trabalha nas proximidades do local do acidente, foi a primeira testemunha a prestar depoimento ao delegado Marcos Manfrin, no 1º DP de Carapicuíba.

Segundo o SPTV, Condé disse ter presenciado os últimos instantes da aeronave no ar, antes de cair em solo. Antes da queda, a testemunha afirmou à polícia que escutou um barulho.

"A hélice saiu e bateu na lateral dele. Aí ele começou a girar no ar alto, girar, girar, girar, e caiu lá embaixo. Eu e eu vi a pá dele caindo aqui embaixo também, beirando a cerca", afirmou.

O primeiro depoimento reforça a tese de que as pás da hélice se desprenderam da aeronave ainda no ar e podem ter causado uma instabilidade no helicóptero, que caiu em seguida.

Editoria de arte/ Folhatress

Um vídeo gravado de uma câmera de segurança que flagrou a queda, mostra um objeto caindo logo após o acidente. Segundo especialistas ouvidos pela Folha, o objeto pode ser parte da pá solta.

"Se fosse algum outro defeito, como uma falha de motor, o helicóptero ainda teria o mínimo de sustentação para pousar com relativo controle. O que se vê não é isso. Pelas imagens, o helicóptero caiu como um tijolo, sem sustentação nenhuma", diz Carlos Camanho, analista de segurança de voo.

A Polícia Civil declarou que duas pás foram encontradas a uma distância de um quilômetro do local da queda.

Os agentes da polícia também deverão ouvir os donos do helicóptero –que pertence ao empresário José Seripieri Junior, dono da Seripatri Participações, mecânicos do Helipark –de onde a aeronave decolou. Ao todo, cerca de 20 pessoas prestarão depoimento.

Veja vídeo

ACIDENTE

Na tarde da última quinta, a aeronave caiu sobre uma residência dentro de um condomínio na estrada da Fazendinha, em uma área nobre de Carapicuíba.

O helicóptero estava registrado em nome da Seripatri Participações, do empresário José Seripieri Junior, também dono da empresa Qualicorp, que administra planos de saúde coletivos.

Além de Thomaz, morreram o piloto Carlos Haroldo Isquerdo Gonçalves, 53, e os mecânicos Paulo Henrique Moraes, 42, Erick Martinho, 36 e Leandro Souza, 34.

Carlos e Paulo eram funcionários da Seripatri, enquanto Erick e Leandro trabalhavam para a Helipark, empresa de manutenção de aeronaves. Segundo a Seripatri, o piloto tinha mais de 30 anos de experiência.

Thomaz trabalhava na rede de farmácias Farmaconde, de São José dos Campos. Ele era piloto do helicóptero da empresa, que estava em manutenção há cerca de vinte dias no mesmo local que o aparelho acidentado.

Acabou aceitando voar na aeronave da Seripatri, como convidado dos tripulantes e dos mecânicos.

Este helicóptero estava em fase de testes e revisão. Ele havia decolado de um heliponto em Carapicuíba e faria um voo experimental, retornando ao ponto de origem.

A aeronave é a de modelo EC 155 B1, fabricada pela Eurocopter France, prefixo PPLLS.


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