Folha de S. Paulo


"Não tem cabimento atirar no meio da população", diz Paulo Betti, no Alemão

Fabio Brisolla/Folhapress
paulo betti - Moradores do morro do Alemão no Rio de Janeiro protestam contra a morte de Eduardo de Jesus de 10 anos pela policia militar
O ator Paulo Betti participa de protestos de moradores do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro

A manifestação organizada por moradores do Complexo do Alemão neste sábado (4) contou com a participação do ator Paulo Betti, que criticou as ações policiais dentro do conjunto de favelas da zona norte carioca.

"Me senti impulsionado a vir nesta manifestação por causa da violência. Não tem cabimento sair dando tiro no meio da população. Só pode resultar nisso", disse Betti à Folha, enquanto caminhava pela Estrada do Itararé junto a pouco mais de 200 manifestantes.

O ator disse ter ficado comovido pela tragédia do menino Eduardo de Jesus Ferreira, 10, que morreu atingido por um tiro de fuzil na cabeça quando estava na porta de sua casa, na última quinta-feira (2).

No momento em que o garoto foi baleado, policiais faziam uma incursão pelo trecho da favela onde ele morava.

Segundo testemunhos de familiares e moradores, o tiro que matou Eduardo partiu do fuzil de um policial militar.

"Soube pela internet desta manifestação e decidi estar aqui porque fiquei muito revoltado com a morte desta criança", disse Betti, que anteriormente já havia participado de um protesto na avenida Brasil, organizado por moradores do Complexo da Maré.

Os policiais presentes na ação que culminou na morte do garoto Eduardo de Jesus Ferreira, 10, foram afastados do policiamento de rua.

Em um comunicado divulgado nesta sexta-feira (3), o Governo do Estado informou que os policiais do Batalhão de Choque da PM e da CPP (Coordenadoria de Polícia Pacificadora), presentes nesta ocorrência, já estão respondendo a um Inquérito Policial Militar.

O vídeo abaixo, divulgado por moradores do Complexo do Alemão após a morte, contém imagens agressivas

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