Folha de S. Paulo


Bairros da capital terão 4 'máquinas expressas' para teste da dengue

A Prefeitura de São Paulo vai instalar na próxima segunda-feira (6), na zona norte, quatro máquinas de exame rápido de sangue. A intenção é evitar o agravamento do diagnóstico de pacientes com dengue ou suspeita na região que concentra 47,5% dos casos confirmados na cidade.

Conhecidos como "Point of Care" (Ponto de Cuidados), os aparelhos informam em cinco minutos, por exemplo, o número de plaquetas dos pacientes (as células que evitam a perda de sangue).

Caso seja detectada uma queda nesse número, o paciente será encaminhado para um tratamento intensivo, pois esse é um dos sintomas da dengue hemorrágica –variação mais grave da doença– e que pode levar à morte.

Para o exame na máquina, é necessário só uma gota de sangue do dedo do paciente.

Dois desses aparelhos serão instalados em prontos-socorros e outros dois em UBSs (Unidade Básica de Saúde). Na madrugada de terça, uma tenta para combater a dengue instalada dentro da UBS do Jardim Vista Alegre, na Brasilândia (zona norte de SP) foi alvo de vandalismo. A lona que reveste o local foi rasgada antes mesmo da inauguração

Esta será a primeira vez que a prefeitura usará esse tipo de aparelho na cidade.

A Secretaria Municipal da Saúde, porém, não informou em quais unidades as máquinas serão instaladas.

VISITAS BARRADAS

A Folha acompanhou nesta quarta-feira (1º) a visita de um grupo de 30 agentes de zoonoses a casas na Brasilândia, na zona norte da capital.

Em dois dos primeiros 75 imóveis visitados, os moradores impediram que eles entrassem para combater focos do mosquito transmissor e informar dicas de prevenção.

Segundo os agentes, outra barreira no combate à doença são os terrenos baldios.

"Há muitos focos do mosquito nesses locais por causa do acúmulo de entulho, mas, pela lei, não podemos entrar", diz o agente Eliseu Dias.

Um desses terrenos fica ao lado da casa da professora Viviana Alves dos Santos Araújo, 29, que está com sintomas de dengue. O mato já superou o muro e chega a invadir parte do quintal da casa.

"A última vez que ele foi limpo foi há dois anos, quando meu pai pagou para tirarem o entulho", disse.

"Eu mantenho minha casa sem nenhum foco, mas tem gente que não faz o mesmo. Por isso, estou há uma semana sem trabalhar com dores no corpo e febre", completa.


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