Folha de S. Paulo


Em decisão inédita, Califórnia corta consumo de água em 25%

O governador do Estado americano da Califórnia ordenou nesta quarta-feira (1º) que o consumo de água do Estado deve ser reduzido em 25%, em relação ao total de água gasto em 2013, antes do início da seca que atinge a região, no oeste dos Estados Unidos.

As ações para se atingir essa economia, porém, ainda não foram definidas. A restrição é inédita na história da Califórnia.

Em uma ordem executiva, Jerry Brown determinou que o Conselho de Recursos Hídricos do Estado trabalhe com agências locais para definir medidas que possibilitem a redução.

Justin Sullivan/Getty Images/AFP
Represa afetada por estiagem em San José, na Califórnia; Estado americano adota situação de emergência
Represa afetada por estiagem em San José, na Califórnia

Segundo autoridades do governo, a ordem deve impor cortes no consumo de água que afetariam consumidores residenciais, produtores agrícolas, cemitérios e proprietários de campos de golfe.

A média de consumo por pessoa na Califórnia é de 605 litros/dia. No Estado de São Paulo, por exemplo, esse número é de 190 litros/dia.

O governo diz ainda que está preparado para aplicar medidas punitivas —incluindo multas— para assegurar o cumprimento da nova norma, mas espera que isso não seja necessário.

O anúncio desta quarta-feira foi feito durante a tradicional medição da camada de neve acumulada durante o inverno na estação Philips (a cerca de 145 km de Sacramento, no centro-norte do Estado), que ocorre todos os anos em 1º de abril.

O acumulado deste inverno é o menor dos últimos 70 anos, segundo a medição oficial.

"Este é o novo normal", disse o governador Brown. "Nós vamos aprender a lidar com isso."

ESTADO DE EMERGÊNCIA

A grave seca que atinge o Estado fez com que o governador Jerry Brown decretasse estado de emergência na Califórnia em janeiro de 2014.

O Estado já aplica multas para quem desperdiça água, em casos como lavar a calçada com mangueira ou instalar fontes de água sem sistema de recirculação.

A primeira multa é de US$ 45 (R$ 142), mas pode chegar a US$ 500 (R$ 1.577) para quem for reincidente.


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