Folha de S. Paulo


Com greve de servidores, prefeita de Ribeirão despacha de longe pelo 2º dia

Pelo segundo dia consecutivo, a prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (PSD), despachou de longe do Palácio Rio Branco, sede da prefeitura. O motivo: a permanência de servidores municipais, em greve, no local.

"Aqui é o local de trabalho da prefeita e ela deveria aparecer para conversar", afirmou Wagner Rodrigues, presidente do Sindicato dos Servidores Municipais. "Para nós, faz dois dias que ela não trabalha", ironizou.

Questionada, a assessoria de imprensa informou que, nesta terça (31), a prefeita teve reuniões na Secretaria de Negócios Jurídicos e depois participou de uma audiência, já agendada, no fórum.

Sobre segunda (30), disse que ela permaneceu em reunião durante o dia todo na Secretaria da Fazenda.

Segundo assessores e secretários ouvidos pela reportagem, a ausência de Dárcy na prefeitura tem como objetivo principal evitar um confronto direto com os servidores, o que poderia resultar num maior desgaste político.

Também há o problema da falta de segurança. Com a Guarda Civil Municipal parada, não há segurança o suficiente dentro do prédio.

Mas não foi apenas do palácio que Dárcy sumiu.

Editoria de Arte/Folhapress

Acostumada a interagir diariamente com a população por meio de suas redes sociais, a prefeita desapareceu também da internet.

Na segunda à tarde, Dárcy determinou à equipe de comunicação que silenciasse as mídias sociais. A última publicação foi na segunda.

SEM ABONO

A prefeitura deverá apresentar uma nova proposta ao sindicato na manhã desta quarta (1º), quando a greve entra em seu nono dia.

Segundo o secretário da Administração, Marco Antônio dos Santos, a prefeitura descartou apresentar um novo abono salarial. "Ainda não temos os valores definidos, mas esperamos resolver a situação o quanto antes."

Na segunda, a prefeitura propôs um abono salarial de R$ 300, que foi rechaçado pelos servidores.

A categoria pede aumento de 13,11%; os salários dos 12 mil servidores variam entre R$ 1.200 e R$ 17 mil.

Na manhã desta quarta, o sindicato e a prefeitura se reunirão, pela primeira vez, para definir uma escala de trabalho para os servidores durante a paralisação.

Entre os serviços mais prejudicados à população estão as aulas, que foram suspensas, e o atendimento nos postos de saúde.

Enquanto a greve perdura, a Câmara cancelou, pela segunda vez, a sessão que ocorreria na noite de terça.

O Legislativo foi palco de um novo protesto dos servidores, e o presidente da Casa, Walter Gomes (PR), abriu o microfone para que o presidente do sindicato fizesse o seu discurso.


Endereço da página: