Folha de S. Paulo


Governo de SP convoca médicos da PM e culpa cidades pelo avanço da dengue

Após 70 mortes no Estado somente neste ano, o governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (25) a mobilização de 30 médicos da Polícia Militar para ajudar no combate à dengue.

Também foram contratados 500 novos agentes com o objetivo de ajudar os municípios no controle do vetor da doença, somando-se aos 500 já atuantes.

Essas medidas têm validade de três meses, "renováveis a partir das necessidades comprovadas em campo", segundo o secretário estadual da Saúde, David Uip.

O plano de emergência terá um custo de R$ 6 milhões.

Marcos Boulos, titular da Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde, disse que a "precocidade dos casos" de dengue "surpreendeu" o governo. "A epidemia de dengue está quase parecendo quebrar todos os recordes."

Segundo Uip, pelo menos metade das mortes no Estado eram pacientes com mais de 60 anos de idade.

De janeiro até a última sexta-feira (20), foram registrados 80.283 casos e 70 mortes pela doença no Estado. Em todo o ano passado, foram 197 mil casos e 90 mortes.

Editoria de Arte/Folhapress
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De acordo com a secretaria, mais de cem municípios têm epidemia de dengue –quando há mais de 300 casos para cada 100 mil habitantes. A capital paulista, por ora, não está em situação de epidemia, apesar da gravidade da situação em especial em bairros da zona norte da cidade.

David Uip disse que o governo do Estado alertou os municípios no segundo semestre de 2014, já que cabe às prefeituras o controle do vetor e o atendimento aos pacientes.

Segundo o secretário, "cabia aos municípios ter a resposta e infelizmente não foi possível". "Mas não estou aqui para culpar município, e sim parar coordenar e ajudar. Essas medidas são um 'a mais'."

A secretaria estadual fechou parceria com empresas privadas e Sebrae para ampliar os postos de informação à população, com cartazes e informativos em pedágios, lojas e empreendimentos.

De acordo com a secretaria, a OMS (Organização Mundial da Saúde) endossou seu pedido de antecipação da terceira fase de testes da vacina contra a dengue.

A pasta solicitará à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a autorização imediata para o início da nova fase, que determinará se a medicação é eficaz ou não.

A expectativa de Uip é que a vacina, se tiver efetividade e segurança comprovadas, seja aplicada já em 2016. Se o pedido for negado, o processo poderá tomar mais cinco anos.


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