A Secretaria de Estado da Saúde dobrará o número de agentes para atuar em parceria com os municípios no combate à dengue em São Paulo. A medida será anunciada nesta quarta-feira (25) pelo secretário David Uip.
A pasta contratará 500 agentes, além dos 500 já em atuação. A ação faz parte do plano de emergência do Estado, que custará R$ 10 milhões.
De janeiro até a última sexta-feira (20), foram registrados 80.283 casos e 70 mortes pela doença no Estado. Em todo o ano passado, foram 197 mil casos e 90 mortes.
De acordo com a secretaria, a OMS (Organização Mundial da Saúde) endossou seu pedido de antecipação da terceira fase de testes da vacina.
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A pasta solicitará à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a autorização imediata para o início da nova fase, que determinará se a medicação é eficaz ou não.
A expectativa de Uip é que a vacina, se tiver efetividade e segurança comprovadas, seja aplicada em 2016. Se o pedido for negado, o processo poderá tomar mais cinco anos.
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse na segunda (23) que daria "prioridade" à solicitação.
Nesta terça (24), Renato Porto, da Anvisa, disse o mesmo à Folha, embora ainda não tenha recebido o pedido formal. Uma reunião com o Instituto Butantan, que pesquisa a vacina, está marcada. Para ele, a liberação dependerá de documentos e resultados apresentados.
"Estamos falando de dengue, uma doença prevalente no Brasil. O que a Anvisa puder fazer para combater essa doença vamos fazer, o que não significa abrir mão dos critérios de segurança e eficácia."
A terceira e última fase ampliará os experimentos para todo o Estado, com 13 mil voluntários. As fases iniciais contaram com grupo reduzido, testado no Hospital das Clínicas da USP, na capital.
A vacina será ministrada em dose única, o que evita que a população interrompa o tratamento. Deverá combater os tipos 1, 2, 3 e 4 do vírus.
Resultados provisórios indicam efeitos adversos pouco expressivos, como vermelhidão na pele.
O secretário lembra que a OMS fez recomendação similar durante o surto de ebola, sugerindo um tratamento antes de sua comprovação, devido à urgência. "No caso da dengue é diferente, porque a mortalidade é baixa", diz Uip.
Para ele, a incidência da doença tem aumentado devido à prevenção tomada em anos anteriores. "A população não tem sistema imunológico alerto para a dengue."
O secretário citou Campinas, que registra novos casos em bairros que ficaram livres da doença no ano passado.
Colaboraram LUIZA FRANCO, do Rio e NATÁLIA CANCIAN, de Brasília