Folha de S. Paulo


José Café Filho (1925-2015) - Podia sempre contar com Benê

Certa vez, José Café Filho disse que nada em sua vida teria sido possível sem a ajuda de Walkíria, a moça que conheceu no longínquo 7 de abril de 1956 (a data quem recorda é ela) em um baile de calouros do Mackenzie.

Os dez anos que ele tinha a mais que Benê, como carinhosamente a chamava, renderam certa desconfiança por parte do futuro sogro, que contratou um detetive particular para investigar o tal namorado da filha, um recifense que tinha se mudado para a metrópole a trabalho.

José sempre foi o primeiro a chegar para o serviço na Companhia Seguradora Brasileira, onde passaria quatro décadas. O emprego, que conseguiu ainda na terra natal com 20 e pouquinhos anos, logo o traria a São Paulo para ajudar na construção de escritórios no interior do Estado.

Viveria ainda em Curitiba, com o desafio de fazer a empresa crescer na região. Cinco anos mais tarde, retornou à capital paulista, tornando-se então responsável pela área de vendas no país todo.

Nesse vaivém, tinha sempre Benê ao seu lado. Juntos construíram uma família com três filhos e cinco netos.

Diariamente, "seu" Café acordava às 6h, já todo animado com o dia que estava por vir. Não satisfeito, queria que todos também acordassem, mesmo que para isso precisasse de ajuda —no caso, um pouquinho de água.

Pelos amigos e familiares, é lembrado como um homem de sorriso largo, abraço apertado e forte personalidade.

Morreu na quarta-feira (11), aos 89, de enfisema pulmonar. A missa do sétimo dia será rezada às 20h de hoje (17/3), na igreja São Luiz Gonzaga, avenida Paulista.

coluna.obituario@uol.com.br


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