Folha de S. Paulo


José Carlos Seixinho (1955-2015) - Registrou o ziriguidum da Pérola Negra

Ao pisar no sambódromo na madrugada da segunda-feira de Carnaval, a Pérola Negra sentiu falta de um assíduo integrante —que, na verdade, nunca desfilava.

José Carlos Seixinho era responsável por registrar o gingado das passistas, o brilho e o luxo das fantasias, a alegria dos ritmistas da bateria, que contava com sua filha, Alessandra, no tamborim.

Poucos dias antes, Zé ficou doente. No hospital, de onde não mais sairia, pediu a Alessandra que não faltasse ao desfile. Depois daquela apresentação, a escola voltou ao Grupo Especial do Carnaval paulistano.

Foi por causa da filha que ele e a mulher, Lilian, se reencontraram com a Pérola, há pouco mais de 15 anos, quando a então garota integrou a comissão de frente.

Namorados, acompanhavam a agremiação, na época um bloco e com outro nome, pelas ruas da Vila Madalena.

Diretor de qualidade de uma empresa, Zé trabalhava aos finais de semana fotografando e filmando casamentos e outros eventos, como festas na Pérola. Da escola do coração, porém, nada cobrava.

Sempre animado, ainda tinha disposição para uma pelada com os amigos no domingo pela manhã. Era torcedor fanático da Portuguesa.

Morreu no sábado (7), aos 59, por causa de uma infecção bacteriana. Deixa Lilian e Alessandra, a mãe, Marta, e a irmã, Dora. No velório, seu caixão ganhou das mãos da porta-bandeira Gisa Camillo um pavilhão da Pérola Negra.

A missa do sétimo dia será rezada hoje (13/3), a partir das 19h30, na paróquia São Francisco de Assis, no Jaguaré, zona oeste paulistana.

coluna.obituario@uol.com.br


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