Folha de S. Paulo


Funcionários da Sabesp anunciam greve para o dia 19 em São Paulo

O sindicato que representa os funcionários da Sabesp, empresa paulista de saneamento, anunciou nesta terça-feira (10) a greve da categoria por tempo indeterminado.

A paralisação começará no próximo dia 19 e manterá um quadro mínimo de trabalho, de 30%. A intenção, entretanto, é que a greve não seja colocada em prática e que a Sabesp negocie e atenda às demandas da categoria antes da data.

No dia 18, haverá uma outra assembleia para ratificar ou não a paralisação.

O Sintaema (Sindicato dos trabalhadores de água e esgoto do Estado de São Paulo) reclama do que chama de "escalada de demissões" em 2015. Segundo eles, 399 demissões ocorreram desde janeiro em todo o Estado de São Paulo. Outras 160 estariam agendadas para este mês.

Segundo o sindicato, 80% das demissões atingem principalmente a área operacional da empresa, setor considerado central diante, diante da atual crise hídrica. A Sabesp não comenta as demissões ou informa seu balanço de demissões.

"Em um momento de crise, não é hora de demitir. Se as demissões continuarem, o trabalho e o serviço à população serão prejudicados", disse.

"Nós não queremos que a população sofra mais, por isso manteremos um número mínimo de funcionários nas estações. E cuidaremos também para que funcionários trabalhem em caso de grandes emergências", diz Renê dos Santos, presidente do sindicato.

No entanto, segundo Renê, pequenos reparos em tubulações secundárias de água e esgoto e o serviço de atendimento ao cliente deverão ser prejudicadas.

"Hoje esses serviços já estão prejudicados por causa das demissões, então a população já sofre impacto", diz.

Com isso, ainda segundo ele, é possível que se aumente o número de perdas de água tratada, que atualmente fica em torno de 19%.

A Sabesp tem 15 mil funcionários. Outros 7 mil são terceirizados, segundo o último relatório da empresa, de 2013.

Além de pedir o fim das demissões, o sindicato pede garantias de que a divisão de participação de lucros será feita em abril.

SABESP

Em nota, a Sabesp informou que sua direção "respeita a decisão aprovada em assembleia da categoria e se coloca à disposição para o diálogo".

A empresa também frisa que as atividades essenciais serão preservadas, garantindo a prestação de serviços aos clientes.

CRISE

A maior crise de abastecimento do Estado de São Paulo fez com que a Sabesp investisse em obras e acabou forçando a queda da receita da empresa.

Segundo o sindicato, o objetivo da Sabesp é reduzir a folha de pagamento em 9%, por causa da atual crise de abastecimento que afetou também os cofres da estatal.

Para ajustas as contas, a empresa pediu ainda à agência reguladora o reajuste da tarifa da água a partir de abril.


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