Folha de S. Paulo


Ministério diz que notificou cidades que reduziram número de médicos

Os municípios que reduziram o número de profissionais não vinculados ao Mais Médicos que trabalhavam nas unidades básicas de saúde foram notificados e apresentaram justificativas técnicas para o problema, de acordo com o Ministério da Saúde.

A pasta não informou quais foram as justificativas apresentadas. Em nota, disse que a notificação ocorreu ainda durante o relatório preliminar do TCU (Tribunal de Contas da União).

O governo nega que os médicos atuem sem contato com supervisores. E diz que, após ter acesso à informações da auditoria do TCU, eventuais problemas foram corrigidos.

"Atualmente, a média de supervisores atende o que é preconizado", diz a nota.

Hoje, 14 mil médicos atuam no Mais Médicos em 3.875 municípios, de acordo com o Ministério da Saúde.

Editoria de Arte/Folhapress
Metade das cidades com Mais Médicos perderam profissionais, diz auditoria
Metade das cidades com Mais Médicos perderam profissionais, diz auditoria

Além do crescimento de 33% na média mensal de consultas na atenção básica nas cidades do programa, apontado pelo TCU, houve aumento de 32% nas visitas domiciliares realizadas pelos médicos, segundo o governo.

"Para 89% dos pacientes entrevistados pelo TCU e 98% dos gestores das unidades básicas de saúde, o tempo de espera por uma consulta caiu", afirma o ministério.

A pasta informa ainda que o programa "vem sendo aprimorado" desde seu lançamento e que "todas as orientações do TCU para sua melhoria são bem-vindas".

A Prefeitura de São Pedro, cidade de 33,9 mil habitantes no interior paulista, diz que médicos da família pediram demissão por acharem outra chance de emprego ou por não aceitarem trabalhar as 40 horas semanais exigidas.

Em janeiro de 2013, havia na rede municipal três profissionais de saúde da família. Duas médicas, que ganhavam R$ 12 mil, saíram para atuar em outras cidades.

Restava apenas um em junho, quando o município solicitou seis profissionais do programa Mais Médicos.

Recebeu cinco cubanos em abril de 2014, que atuam até hoje. Em meados do ano passado, o médico de saúde da família que atuava antes do programa federal também pediu desligamento.

"A gente, de cidade menor, não tem poder de barganhar esse médico [de família] com prefeituras maiores, que oferecem mais", afirmou a secretária da Saúde, Miriam de Souza Silva.

A secretária diz que buscou profissionais no mercado, mas não conseguiu preencher as três vagas de saúde da família.


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