Folha de S. Paulo


Moradores ganham caixa-d'água da Sabesp, mas não têm onde pôr

Na última sexta (27), os moradores do Jardim Régis (zona sul de SP) receberam caixas-d'água entregues por um programa da Sabesp.

Mas assim que o caminhão descarregou, eles notaram um problema: não tinham espaço nem dinheiro para instalar os reservatórios.

A líder da comunidade, Lucineuza dos Santos, 50, conta que os pedreiros da região cobram de R$ 300 a R$ 350 para a instalação.

Além disso, a maioria das casas não tem laje (são cobertas por telhas de amianto). Com isso, não há onde colocar as caixas.

O caso foi revelado nesta segunda (2) pela rádio CBN.

"Alguns moradores nem aceitaram, porque, se colocassem dentro de casa, eles ficariam do lado de fora", diz.

Danilo Verpa/Folhapress
Cirlene Pereira da Silva, que colocou a caixa-d'água no corredor de sua casa, na zona sul
Cirlene Pereira da Silva, que colocou a caixa-d'água no corredor de sua casa, na zona sul de São Paulo

Segundo Lucineuza, a água começou a faltar no Jardim Régis no começo do ano, e as torneiras ficam secas cerca de 12 horas por dia.

Uma das moradoras que receberam caixa-d'água, Cirlene da Silva, 45, deixou a sua de lado, no corredor de casa.

"Penso em fazer uma pequena laje, mas não é de um dia para o outro que vou ter esse dinheiro", diz Cirlene.

Em nota, a Sabesp diz que, ao receber a caixa-d'água, o morador assina um termo pelo qual se compromete a fazer as adaptações necessárias no imóvel para colocar o equipamento. Após 30 dias, técnicos da empresa voltam ao local para verificar.

A companhia informou também que foram entregues 700 caixas-d'água das 25 mil prometidas até junho e que, devido à "complexidade das regiões e disponibilidade do cliente para o recebimento", está "ajustando o cronograma de entrega."

Editoria de Arte/Folhapress

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