Folha de S. Paulo


Jenny Villas-Boas Faria (1914-2015) - Em casa, foi chefe até os cem anos

Magrinha, menos de um metro e meio de altura, Jenny Villas-Boas Faria podia até passar a impressão de uma frágil mulher. Tinha, porém, personalidade de chefe —às vezes, das bravas.

Foi inspetora de ensino em cidades de São Paulo e do Paraná e chegou a chefiar a inspetoria seccional no Estado paulista, depois que sua superior morreu tragicamente em um acidente de avião.

Apesar de trabalhar com educação, não era professora; formada em contabilidade pela atual Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado), começou como secretária de escola, até fazer concurso para a inspetoria.

Já aposentada, foi assessora do professor Oswaldo Quirino Simões na Faculdade Oswaldo Cruz, em São Paulo.

Cuidou das contas de casa até seus cem anos. Se não conseguia mais efetivamente fazê-las, ao menos não esquecia de pedir a uma amiga para calcular e pagar tudo.

Morou sozinha (e muito bem) até após os 90, já que não tinha filhos nem vivia próximo de outros familiares.

Nascida em Sorocaba (SP), veio ainda criança para a capital paulista. Aqui, apreciava os teatros, mas também curtia ficar em casa vendo programas de TV e lendo.

Quando podia, pegava a amiga Lilia (a que pagava suas contas) e a mãe dela e se aventurava de carro pelas estradas do país. Se o destino fosse longe, como a Amazônia (ou o exterior), ia de avião.

Morreu na quarta (25), de problemas de saúde decorrentes da idade. Deixa sobrinhos.

A missa do sétimo dia será rezada amanhã (3), a partir das 11h30, na paróquia São Domingos, no Jardim Paulista, zona oeste da cidade.

coluna.obituario@uol.com.br


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